Cerca de cem policiais federais realizaram na manhã desta terça-feira (20) uma manifestação em frente à Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo, no bairro da Lapa, zona oeste da capital.
Os policiais federais reclamam da degradação das condições de trabalho, além de perseguições internas, assédio moral. Eles pedem a modernização da investigação criminal, a reestruturação da carreira, a derrubada do Veto 30/2013 ao PLS 244/2009 (perícia papiloscópica), atribuições em lei dos cargos, fim do assédio moral na corporação e melhorias no ambiente organizacional.
Além das faixas, os policiais carregaram um grande elefante branco com a palavra inquérito escrita para simbolizar o descontentamento dos policiais com o sistema investigatório atual.
“A investigação hoje é feita por meio de inquérito policial, que é burocrático, desnecessário tanto para a fase judicial quanto para a instrução criminal do Ministério Público, que é o titular da ação. O crime acontece, o delegado instaura o inquérito e a investigação é feita sem contato no campo ou no momento do crime”, disse o presidente do Sindicato dos Policiais Federais de São Paulo (Sindpolf), Alexandre Sally.
De acordo com o sindicalista, muitas vezes, por falta de integração, o inquérito é devolvido pelo Ministério Público para complementação dos trabalhos policiais. “A investigação fica paralisada, o que gera atraso, prescrição do crime, perda de provas, e também muitas testemunhas se mudam durante esse tempo. Uma das soluções que vemos são os policiais de campo trabalharem diretamente com o Ministério Público, tendo 90 dias para concluir a investigação”.
Os agentes, escrivães, papiloscopistas e funcionários administrativos da Polícia Federal prometem parar por tempo indeterminado no final do mês, caso o governo não atenda às suas reivindicações ou pelo menos faça uma proposta razoável até o dia 26 de agosto, prazo final para negociações entre as duas partes. A decisão será tomada em uma assembleia no dia 27.
A manifestação, que também foi programada para ocorrer em outros estados, não afeta o atendimento ao público, que prossegue normalmente. Caso os pleitos não sejam atendidos, segundo os líderes do ato, haverá um novo movimento de protesto, no final deste mês.
Ontem, polícias federais em Goiás, no Piauí e no Ceará anunciaram paralisação das atividades por 48 horas.
(Fonte: Agência Brasil)