Presidente abre vantagem apesar de pior avaliação de governo

    Por Cristian Klein | De São Paulo

    A pesquisa Ibope sobre a eleição presidencial não traz muitas mudanças em relação ao levantamento feito pelo Datafolha há duas semanas. A principal delas é a perspectiva de a presidente Dilma Rousseff ganhar no primeiro turno em todos os quatro cenários. Pelo Datafolha, a petista só venceria na situação mais provável, numa disputa contra o senador Aécio Neves (PSDB) e o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB).

    A pesquisa é a primeira do Ibope depois do afunilamento do quadro eleitoral e da aliança entre Campos e a ex-ministra Marina Silva, que não conseguiu fundar seu partido, o Rede Sustentabilidade, e aderiu ao PSB. Antes a corrida presidencial caminhava para ter quatro candidatos principais. Agora, são três. Com a redução de possibilidades, crescem as chances de Dilma levar já no primeiro turno, especialmente porque o cenário mais provável exclui os adversários que, hoje, lhe ameaçariam mais: Marina e o ex-governador tucano José Serra.

    Tanto no Ibope quanto no Datafolha os dois aparecem com percentuais superiores aos dos respectivos correligionários: Campos e Aécio. O governador de Pernambuco tem cerca de metade – 10% – das intenções de voto de Marina, com 21%, seja quando o tucano adversário é Aécio ou Serra.

    Campos, no entanto, aparecia no Ibope de setembro com 4% e mais que dobrou sua preferência. Seu aumento de seis pontos percentuais é o maior entre os cinco pré-candidatos, ao lado do de Serra, quando o adversário do tucano no PSB é justamente Campos.

    O ex-governador de São Paulo varia entre 16% (quando Marina é a adversária do PSB) e 18% (quando o nome do PSB é Campos) enquanto Aécio oscila entre 13% e 14%, nestes dois cenários. Dada a margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o fato de Serra ser mais conhecido nacionalmente – por ter concorrido duas vezes à Presidência, em 2002 e 2010 – o resultado ainda não põe pressão sobre o potencial da candidatura do mineiro, apesar do ímpeto demonstrado pelo ex-governador em participar pela terceira vez da corrida presidencial.

    Na ponta do lápis, os tucanos precisam considerar que Serra é o que tem a maior taxa de rejeição (47%). Marina tem a menor, 31%. E os mais prováveis adversários estão próximos neste quesito: 38%, Dilma; 39%, Campos; e 40%, Aécio. Mais uma vez, é de se ressaltar o índice relativamente alto do pessebista, uma vez que é pouquíssimo conhecido nacionalmente. O ponto positivo para a presidente é sua larga dianteira na intenção de voto espontânea, 21% – contra 6%, de Marina; 5%, de Aécio; 4%, de Serra; e 2% de Campos. O negativo é que a avaliação de seu governo piorou, o que dá esperança à oposição de virar o jogo até outubro de 2014. Os que acham a administração ruim e péssima subiu de 22% para 26%.

     

    Fonte: Valor Econômico

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