A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, fechou agosto com rendimento de 8,35% no Plano 1, de benefício definido. O retorno é quase o dobro da meta estabelecida para o período, de 4,61%.
Com o resultado, o presidente da entidade, Gueitiro Genso, acredita que a fundação está próxima ao equilíbrio, revertendo a performance fraca em 2015. Ele, no entanto, evita fazer previsões de desempenho até o final do ano.
Em 2016, o superávit do plano foi de R$ 2,2 bilhões e, em 2017 até agosto, é de R$ 4,2 bilhões. Já em 2015, a fundação teve Déficit de R$ 16 bilhões.
“Ainda temos três meses pela frente e vários negócios em andamento”, disse o executivo ao Valor.
Este ano deve ocorrer, por exemplo, a oferta inicial de ações (IPO) da Neoenergia, empresa em que a Previ detém fatia de 38,21%, atualmente avaliada em quase R$ 7 bilhões. O executivo não comentou o assunto.
Outro negócio que pode ser fechado ainda em 2017 é a venda do Complexo de Sauípe, mas sua relevância é pequena perto do tamanho do fundo que tem patrimônio de R$ 165,81 bilhões. Ao final de 2016, o resort era avaliado em R$ 130 milhões.
“Sempre comentamos que o nosso Déficit [de 2015] era conjuntural, que nossos ativos eram bons, e que ao menor sinal de uma luz no mercado, os ativos voltariam. No ano passado, mesmo que timidamente, já houve um resultado positivo”, disse.
Para o presidente da Previ, o resultado no ano até agora mostra que a economia está se “descolando” da instabilidade política. “A bolsa está subindo neste momento 1,3%”, disse na sexta-feira, sem mencionar diretamente a denúncia da Procuradoria Geral da República apresentada na véspera contra o presidente Michel Temer. “A economia está dando sinais claros de retomada. Se você tem ativos bons, rapidamente tem impacto [nos resultados]”, acrescentou.
Os 12 principais ativos da Previ em renda variável representam 46% da carteira, que totaliza R$ 72 bilhões. O principal deles é Vale, avaliada em R$ 26,6 bilhões, com base em um preço por ação de R$ 29. Se fosse considerado o valor do papel a mercado, de cerca de R$ 34, segundo o fechamento de sexta, essa participação seria de mais de R$ 30 bilhões. No geral, a carteira de renda variável entre janeiro e agosto teve alta de 10,63%.
O maior ganho no período veio dos investimentos estruturados, de 20,89%. Mas esses ativos representam apenas 0,55% da carteira, uma participação avaliada em R$ 869,7 milhões.
“Quando a gente olha para a nossa carteira de FIPs, que está dando um resultado maravilhoso este ano e vai fechar o ano muito bem, o fundos que temos passaram da fase de investimentos e estão indo para a chamada meia idade ou maturidade. E começa, então, a vir o retorno. São FIPs de sete ou dez anos que estão começando a dar resultados”, afirmou o presidente da Previ.
Na renda fixa, os ganhos entre janeiro e agosto foram de 6,85%, e as operações com participantes, de 5,61%. O pior resultado veio da carteira imobiliária, com ganhos de 3,94%. O momento tem mostrado recuperação, diz Gueitiro, especialmente em imóveis em São Paulo, onde está a maior parte dos prédios da Previ.
Com o resultado, diz ele, a Previ praticamente se descola da indústria, sem citar nomes. Na semana passada, a Petros, da Petrobras, anunciou equacionamento de um Déficit de R$ 27,7 bilhões.
Fonte: VALOR ECONÔMICO