Prévia da inflação oficial tem alta de 0,35% em agosto, segundo maior resultado do ano

    TAXA ACUMULADA EM OITO MESES TEM A MENOR VARIAÇÃO DESDE 1994 E FECHA EM 1,79%

    Após registrar deflação em julho, o Brasil voltou a ter alta de preços, informou o IBGE ontem. Em agosto, o IPCA-15, prévia oficial da inflação ficou em 0,35% – o segundo maior resultado do ano, atrás apenas do mês de fevereiro (0,54%). Mesmo assim, o resultado no ano teve a menor variação acumulada até agosto desde 1994 e fechou em 1,79%.

    No acumulado em 12 meses, o indicador também registrou baixa e fechou em 2,68% – taxa inferior aos 2,78% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Essa queda representa a menor variação acumulada em períodos de 12 meses desde março de 1999 (2,64%).

    deflação DE ALIMENTOS

    Os números ficaram abaixo da expectativa de analistas ouvidos pela Bloomberg, que projetavam que o IPCA-15 ficaria em 0,4% no mês e chegaria a 2,73% em 12 meses. A meta do governo é que o índice oficial fique em 4,5% neste ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, encerre o ano entre um piso de 3% e um teto de 6%.

    Apesar da taxa baixa no acumulado em 12 meses, o mercado espera que o IPCA volte a acelerar nos próximos meses. Segundo o boletim Focus mais recente, divulgado na última sexta-feira pelo Banco Central, a mediana das projeções indica que o indicador encerre 2017 em 3,50% – ainda assim, dentro da meta estabelecida.

    Se, no mês anterior, a taxa foi puxada para baixo por uma deflação no preço dos alimentos e combustíveis e registrou taxa negativa de 0,18% – a mais baixa em 19 anos -, agora a deflação dos alimentos não foi suficiente para segurar a alta, puxada pelos grupos Transportes (1,35%) e Habitação (1,01%). Eles têm os maiores impactos no índice do mês: 0,24 ponto percentual e 0,15 ponto percentual, respectivamente.

    Dentro de Transportes, os combustíveis foram os principais responsáveis pela alta, já que o aumento das alíquotas do PIS/Cofins sobre gasolina, álcool e etanol representou uma alta de 5,96%. Isso porque, de um mês para o outro, a gasolina ficou em média 6,43% mais cara, e o etanol subiu 5,36%.

    ENERGIA ELÉTRICA VOLTA A PESAR

    No grupo Habitação, o acionamento da bandeira tarifária vermelha, que prevê uma cobrança adicional de R$ 0,03 a cada quilowatt-hora (kWh) consumido, desde o início do mês, ajudou a pressionar a taxa da energia elétrica, que teve a maior alta e ficou em 4,27%.

    Com 25% de participação na despesa das famílias, o grupo de Alimentação e Bebidas novamente apresentou deflação. A variação de -0,65% exerceu o mais intenso impacto negativo, de -0,16 ponto percentual. Este é o terceiro mês consecutivo que o grupo Alimentação e Bebidas apresenta variação negativa na média geral de preços.

    Fonte: O Globo

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