da redação
O eterno adiamento da reforma da Previdência demonstra que o governo não está preocupado com o avanço da dívida bruta em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). A diferença entre o que se arrecada com o que se gasta em benefícios pesa na avaliação do risco Brasil. A conclusão é do ex-ministro da Fazenda Antonio Delfim Netto.
Segundo ele, a “situação da Previdência é crítica porque a revolução demográfica já aconteceu; estamos ficando velhos”. Isso significa que é necessário estabelecer um sistema previdenciário equilibrado, no qual haja harmonia entre as contribuições e os desembolsos. “Se as pessoas vão viver 80 anos, não podem ir para casa aos 45”, disse o ex-ministro. O deficit previdenciário ao fim de 2012 era de R$ 42,3 bilhões, 9% maior do que no ano anterior. Os benefícios pagos no período corresponderam a 7% do PIB. Com o envelhecimento da população, a tendência é que o percentual aumente.
O descompasso entre o que entra e o que sai dos cofres da União aumenta a dívida bruta do país em relação ao PIB, que atualmente está em torno de 60%, e foi um dos motivos citados no relatório da agência de classificação de risco Moody”s para rebaixar a nota de crédito do Brasil de positiva para estável.
Fonte: Correio Braziliense