Projeções do BC indicam que superávit de 1,2% é insuficiente

    Banco CENTRAL (BC) projeta alta da dívida líquida e da dívida bruta em proporção do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 na comparação com 2014, considerando parâmetros de mercado e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). As novas projeções reforçam que um superávit de 1,2% do PIB não é suficiente para estabilizar a trajetória do endividamento. Como já dito pelo próprio BC, o percentual necessário está ao redor de 2% de superávit. 

    Considerando um superávit primário de 1% do PIB (parâmetro de mercado), a dívida líquida sobe de 34,1% no fim de 2014, para 34,8% no fim deste ano. Aqui o BC já considera a nova métrica do PIB divulgada na semana passada pelo IBGE. A dívida bruta, por outro lado, sobe de 58,9% do PIB no fim do ano passado para 62,2% em 2015. 

    Utilizando o superávit primário da LDO, de R$ 66,3 bilhões, a projeção do BC para a dívida líquida fica em 34,7% (34,1% no fim de 2014), a dívida bruta fica em 62% (58,9% no fim de 2014). 

    O BC ainda não atualizou sua base de dados de forma completa, mas o chefe do Departamento Econômico do Banco, Tulio Maciel, apresentou essas estimativas, que mostram uma queda nas métricas de endividamento em função do novo PIB. Com os dados antigos, a dívida líquida é de 36,8% no fim de 2014 e a bruta, de 63,5%. “A revisão do PIB revelou um quadro de endividamento mais favorável do que se tinha até então”, disse. 

    Os outros parâmetros considerados para a projeção são: PIB com queda de 0,5 ponto percentual (dado do BC). Dólar a R$ 3,2, IPCA em 8,13%, IGP-DI em 6,35% e taxa Selic média de 13% (dados do boletim Focus). 

    Para o mês de março, o BC estima dívida líquida de 33% do PIB e dívida bruta em 61,5%. Em fevereiro, considerando o “novo PIB”, o endividamento líquido foi de 33,76% e o bruto de 60,92%. Sem a revisão do PIB, a dívida líquida do mês passado ficou em 36,3%, e a bruta em 65,5%.

     

    Fonte: Valor Econômico

    Matéria anteriorGoverno tem maior rombo desde 1997
    Matéria seguinteDólar encerra o mês a R$ 3,19, em alta de 11,8%