Autor: Gabriel Caprioli
O mercado financeiro cortou novamente as projeções para a inflação e passou a estimar alta menor que 3% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano. Até a semana passada, apenas o grupo de instituições que mais acertam as projeções (Top 5) havia furado o piso de 3% estabelecido como limite da meta perseguida pelo Banco Central. A mediana das cerca de cem instituições que alimentam o boletim Focus mostra redução da expectativa de 3,08% para 2,97%.
Para os 12 meses seguintes, a projeção caiu de 4,07% para 3,94% e para o fim de 2018 recuou de 4,12% para 4,08%.
A onda de revisões ocorre em função das reiteradas surpresas positivas que os índices de inflação vêm apresentando nos últimos meses. Na semana passada, a prévia do IPCA de setembro desacelerou de 0,35% para 0,11%.
Entre a coleção de bons números que o indicador trouxe está a deflação de 2,21% em alimentos e bebidas em 12 meses – a mais intensa desde 1994. Para o indicador fechado em setembro, a projeção mediana agregada do Focus caiu de 0,23% para 0,12%.
Também na semana passada, o Banco Central divulgou o Relatório Trimestral de Inflação que estima IPCA de 3,2% este ano e amenizou, por exemplo, a preocupação com a pressão inflacionária que pode ocorrer devido às incertezas na realização das reformas.
Embora algumas analistas vejam possibilidade de a Selic ficar abaixo de 7%, a média do Focus manteve para este ano e o próximo a projeção para a taxa nesse patamar.
Fonte: Valor Econômico