PT é excluído dos cargos de comando da CPI do BNDES; oposição quer convocar Lula e seu filho

    Primeiro a ser chamado pela comissão será o presidente do banco, Luciano Coutinho

    -brasília- A Câmara instalou ontem a CPI do BNDES para investigar irregularidades no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O PT foi excluído dos cargos de comando da comissão e, já no primeiro dia de funcionamento, a oposição apresentou requerimentos para convocar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu filho Fábio Luís Lula da Silva, e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. No caso de Fábio, conhecido como Lulinha, a oposição pediu também a quebra de seus sigilos bancário, telefônico e fiscal.

    O deputado Marcos Rotta (PMDB-AM) foi eleito presidente, e a relatoria ficou com losé Rocha (PR-BA). Ele disse que apresentará, na próxima terça-feira, um plano de trabalho. O primeiro a ser convocado será o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Ontem foram apresentados 64 requerimentos, dos quais 39 são convocações. Coutinho é o alvo preferido: há quatro pedidos solicitando sua presença, sendo uma delas do relator. Contra Lula, são três.

    EMPRESÁRIOS NA MIRA DA CPI

    Parlamentares da CPI também querem convocar o governador Fernando Pimentel (PT-MG); o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, ligado a Pimentel; o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores); e os ex-ministros Guido Mantega e Antonio Palocci (Fazenda), e Miguel lorge (Desenvolvimento). Empresários que negociaram com o BNDES, como Eike Batista (Grupo EBX); Wesley e loesley Batista (frigorífico JBS); Marcelo Odebrecht (Odebrecht), e Otávio Marques de Azevedo (Andrade Gutierrez) também estão na mira da CPI. Os dois últimos estão presos em decorrência da Operação Lava-Iato.

    PASCOWITCH SE CALA

    Ontem, o empresário Milton Pascowitch, delator da Lava-Iato que admitiu ter pago propina e despesas pessoais do ex-ministro losé Dirceu, ficou calado na CPI da Petrobras. Insatisfeitos, parlamentares disseram que a CPI vai pedir à Justiça que cancele os benefícios do delator pelo silêncio. (André de Souza, Isabel Braga e Eduardo Bresciani)

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