Republicanos reconhecem derrota nos EUA

    CRISE PERTO DO FIM COM O ACORDO NO SENADO DOS EUA

    Após 16 dias de paralisação do governo, negociação do teto da dívida chega ao fim.

    Texto aprovado pelos senadores amplia limite da dívida, reabre as agencias federais e cria comissão para negociar orçamento de 2014.

    Os senadores norte-americanos anunciaram um acordo para aumentar o limite legal de endividamento dos Estados Unidos, um dia antes de o país entrar em risco de default. Agora, o acordo segue para a Câmara de Representantes, que tem até a meia-noite de hoje para votá-lo. Ontem, a Casa Branca esclareceu que o prazo para o novo teto da dívida vence hoje e não na noite ontem, como vinha sendo informado. A expectativa até agora sobre esse prazo era meia-noite de quarta-feira (01H00 de quinta-feira em Brasília) como o exato momento a partir do qual a primeira economia mundial entraria na zona de risco de uma interrupção dos pagamentos.

    A expectativa é de que os deputados aprovem o acordo, como foi assegurado pelo presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, John Boehner. Em um breve comunicado, ele afirmou que os deputados republicanos continuarão a luta contra a reforma da saúde do presidente do país, Barack Obama, e por uma responsabilidade fiscal. “Mas bloquear o acordo bipartidário alcançado hoje (quarta-feira) pelos membros do Senado não vai ser a nossa tática” , garantiu Boehner.

    O presidente Barack Obama comemorou o acordo e pediu ao Congresso para aprová-lo rapidamente, disse seu porta-voz, Jay Carney. “O presidente cumprimenta o líder (da maioria democrata Harry) Reid e o chefe da minoria (republicana Mitch) McConell por trabalharem juntos na realização deste acordo e pede ao Congresso para atuar rapidamente para por fim a esta paralisia do Estado e para proteger a confiança sobre a reputação dos Estados Unidos como mutuário”, acrescentou Carney.

    O acordo, anunciado por ambos os líderes do Senado, amplia o limite de endividamento e reabre imediatamente as agências federais, parcialmente fechadas desde 1º de outubro, enquanto convocaria uma comissão para negociar um orçamento para 2014.

    As duas casas devem adotar o mesmo texto em iguais termos antes da confirmação pelo presidente e sua transformação em lei.

    Em uma data difícil de prever, mas que poderia ser entre 22 e 31 de outubro, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso, os Estados Unidos já não poderiam honrar os pagamentos programados, uma situação sem precedentes.

    A perda de confiança poderia por em jogo a sorte do dólar, moeda de reserva mundial, e a dos bônus do Tesouro, considerados os mais seguros do planeta.

    O projeto do Senado, depois de ser votado no Senado, enfrentará os conservadores do Tea Party na Câmara de Representantes.

    Este setor ultraconservador de grande influência no Partido Republicano se opõe a qualquer projeto que não inclua cortes do gasto público e em particular cortes do orçamento destinado à reforma da Saúde de Obama aprovada em 2010.

    Na terça-feira, sinal do nervosismo crescente no mundo diante deste bloqueio, a agência Fitch anunciou que consideraria reduzir a nota da dívida soberana dos Estados Unidos, atualmente a melhor possível (AAA).

    A Fitch destacou que “as autoridades norte-americanos não elevaram o teto da dívida no devido tempo”. Em 2011, um enfrentamento anterior entre a Casa Branca e Boehner fez os Estados Unidos perderem sua nota “AAA” atribuída pela agência Standard and Poor”s. Agências

     

    Fonte: Brasil Econômico

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