Rombo nas contas é o maior desde 1998

    O governo está cada vez mais distante do cumprimento da meta fiscal, de fazer uma economia para o pagamento dos juros da dívida pública de R$ 66,3 bilhões ou 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. No mês passado, o Tesouro Nacional computou deficit de R$ 8,1 bilhões nas contas do governo central – que engloba também o Banco Central e a Previdência Social. No acumulado de janeiro a maio, o saldo ficou positivo em R$ 6,6 bilhões, o pior resultado em 17 anos, e equivalente a apenas 9,9% da meta  prometida. Pelas projeções do mercado, o governo entregará, no máximo, um primário de 0,7% do PIB. 

    Apesar dos números nada animadores, o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, reiterou que a administração continuará perseguindo o compromisso estabelecido no fim de 2014, mesmo sem contar com os dividendos da Petrobras e da Eletrobras neste ano. “Na verdade, não achamos que é o momento adequado para a revisão da meta, porque existem novas medidas e receitas não recorrentes. É uma questão de timing”, afirmou ele sinalizando que o governo conta com receitas extraordinárias, como a abertura de capital da Caixa Seguridade e do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). 

    Para Saintive, o resultado de maio reproduziu o comportamento da arrecadação, que registrou nova queda, e dos aumentos das despesas da Previdência

    Social, cujo deficit teve alta real (descontada a inflação) de 36,5%, para R$ 27,5 bilhões no ano. A receita líquida total das contas do governo central registrou queda real de 3% de janeiro a maio, para R$ 432,2 bilhões. Enquanto isso, as despesas cresceram 0,2%, para R$ 425,5 bilhões. 

    Os investimentos foram os mais afetados entre os gastos não obrigatórias. Tiveram uma redução de 37,2%, enquanto as demais despesas de custeio cresceram 5,9% no ano. Somente os desembolsos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) encolheram 40,5% no período, para R$ 17,1 bilhões. Mas nem os ministérios da Saúde e da Educação escaparam da tesourada. As despesas dessas pastas encolheram, 5% e 10,4% nos primeiros cinco meses do ano, para R$ 37,1 bilhões e R$ 14,1 bilhões, respectivamente.

     

    0,2%

    Elevação das despesas nos primeiros cinco meses do ano

     

    Fonte: Correio Braziliense

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