Manifestação foi marcada para esta quarta-feira estrategicamente para coincidir com a reunião do Copom
POR GABRIELA VALENTE
02/09/2015 17:22 / atualizado 02/09/2015 20:39
BRASÍLIA – A paródia remix “Estou saudando a mandioca” embala a manifestação dos funcionários do Banco Central. A música, que usa parte de um trecho do discurso da presidente Dilma Rousseff no lançamento dos jogos indígenas, é tocada pelos servidores que protestam em frente à sede do Banco Central em Brasília. Eles cruzaram os braços durante toda esta quarta-feira para pedir não apenas aumento de salário, mas autonomia do BC e a manutenção do status de ministro para o presidente da instituição.
O protesto foi marcado para esta quarta-feira estrategicamente para coincidir com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Funcionários do BC fizeram um enterro – em alto estilo – para a autonomia operacional do órgão. Uma funerária foi contrata para o evento, que ocorre no momento em que os diretores do Copom discutem o que fazer com a taxa básica de juros (Selic) que está em 14,25% ao ano enquanto a economia está em recessão.
Dois castiçais dão mais veracidade à cena. Algumas funcionárias se debruçaram no caixão e enquanto os colegas explicavam que eram as viúvas do BC. Um papel dizia que quem vestia o paletó de madeira era a autonomia. Várias selfies foram tiradas com a finada ao fundo.
Churros e algodão doce foram distribuídos para adocicar a vida na autoridade monetária. A expectativa do Sindicato dos Funcionários do BC (Sinal) é que metade dos servidores tenham aderido à paralisação. Os funcionários do Banco Central querem que os salários voltem a ser equiparados aos dos procuradores da autarquia, já que são os responsáveis pela atividade fim do BC. No entanto, os advogados ganham mais. Na prática, isso significaria um aumento de 5% nos rendimentos.
Apesar de grande, a paralisação não deve interferir em nenhum serviço essencial da autoridade monetária. Deve atrasar procedimento internos, já que o BC funciona sob esquema de plantão. A assessoria de imprensa do Banco Central não comenta a greve.
Fonte> O Globo