O mercado financeiro aposta que o Banco CENTRAL (BC) elevará em 0,5 ponto a taxa básica de juros no fim do mês, na primeira reunião do ano do Comitê de política monetária (Copom). Uma nova alta, de 0,25 ponto percentual, é esperada para março. Com isso, a Selic chegaria à casa dos 12,5% ao ano – o maior patamar desde julho de 2011. Mas há quem aposte num aperto ainda maior. “A julgar pelo comportamento recente da inflação, não estou tão convencido de que a alta de juros chegará ao fim em março, como prevê o consenso do mercado”, disse Oliveira.
Não por outro motivo, emenda Samy Dana, é preciso que o consumidor tenha prudência na hora de tomar crédito em 2015. “A melhor dica é evitar pegar dinheiro emprestado. Mas, se for inevitável, o preferível é optar por linhas mais baratas, como o financiamento de automóveis, que têm taxas menores do que as demais linhas”, disse. A sugestão do especialista é que o consumidor, se necessário for, venda o carro e tente refinanciar o veículo novamente, de modo a usar o dinheiro da venda para quitar dívidas mais caras.
O peso das taxas aliado à inflação assustam os brasileiros e inibem consumo. O empresário João Marcos Martins, de 57 anos, desistiu de comprar um ar-condicionado para enfrentar o calor da cidade. Ao conferir o preço, desistiu. “Os juros são repassados para nós, consumidores. Como a maior parte não têm o poder de negociar, as pessoas acabam ficando indefesas diante dessa situação”, lamentou. A mesma sensação viveu a corretora de imóveis Karla Almeida, 30, no fim do ano passado. Os preços fizeram com que eliminasse itens da lista de Natal. “Acabei deixando de comprar presentes para mim mesma. Espero que no ano que vem os preços melhorem.”
Para não se endividar, a aposentada Adriana Queiroz, 48, abriu mão do celular que tanto queria. “Estava tão caro que eu tive que desistir. Vou ter que ficar com o velho quebrado mesmo, pelo menos até os preços abaixarem.” (DB)
Fonte: Correio Braziliense