Os servidores públicos federais não saíram satisfeitos da reunião, segunda-feira, com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, mas já sinalizam que não pretendem radicalizar o protestos por reajuste salarial de 27,5% para 2016 – meta inicial do conjunto do funcionalismo. A contraproposta do governo às pautas da campanha salarial de 2015 foi considerada “razoável” pelo presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Daro Piffer.
“A rigor, o que foi apresentado não nos atende. O governo não mexeu no índice de correção (21,3%, sendo 5,5% em 2016; 5%, em 2017; 4,75%, em 2018; e 4,5%, em 2019). A cláusula de revisão em 2016, caso a inflação fique acima do estimado, é importante, mas não suficiente”, argumentou. Segundo Piffer, diante da conjuntura de aperto, a categoria decidiu refazer as contas. “Calculamos a inflação de julho de 2010 a junho de 2014, descontados os 15,8% dos últimos três anos. O percentual que o Sinal vai apresentar na reunião do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) será de 22% para 2016. Não concordamos com acordos por quatro anos”, revelou.
“A correção dos benefícios de certa forma foi razoável (auxílio-creche, 317,3%; auxílio-alimentação, 22,5%; e plano de saúde suplementar, 23%). Mas ainda falta a equiparação com o que é recebido por servidores de outros Poderes”, considerou Piffer.
Para Rudinei Marques, secretário-geral do Fonacate, a tendência é trabalhar com números “mais palatáveis” sem, no entanto, abrir mão da correção do poder aquisitivo. Ele sinalizou que até mesmo os reajustes dos benefícios embutem algumas armadilhas. “Acho que o governo Dilma está retomando a fórmula da gestão FHC que criou gratificações para os ativos. Esse aumento nos auxílios alimentação e creche e no plano de saúde valoriza os da ativa e se esquece dos aposentados.”
O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional ) considerou a contraproposta do governo federal “um modesto avanço”, mas criticou o fato de não contemplar pontos importantes para a classe, sobretudo nas questões paralelas à salarial. Para Cláudio Damasceno, presidente do Sindifisco,, os percentuais apresentados pelo MPOG não restabelecem o protagonismo dos auditores.
Disputa
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