Greves e atos de protestos podem começar a pipocar no país a partir de hoje. Enquanto o Brasil festejava a Copa do Mundo, várias categorias de servidores públicos articulavam formas de externar a insatisfação que não teve espaço para ser exposta durante o torneio. As reclamações incluem pautas como reposição de perdas inflacionárias e melhores condições de trabalho. Hoje, os funcionários do Judiciário no Distrito Federal farão uma paralisação de 24 horas. Eles não descartam a possibilidade de declarar greve por tempo indeterminado.
Os rumos da categoria serão traçados em assembleia às 15h, na Praça dos Tribunais Superiores. “Fomos preteridos em todos os programas de valorização. Somos a única categoria que não teve recomposição de 2006 a 2012”, destacou Jailton Mangueira Assis, coordenador-geral do Sindicato dos Servidores da Justiça (Sindjus-DF). Nos cálculos do sindicato, a perda de poder aquisitivo ultrapassa os 40%, no período. Responsável por gerir a folha de pagamento do funcionalismo federal, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, já foi avisada das mobilizações, que devem se intensificar com a proximidade das eleições de outubro.
Em greve há 50 dias, os trabalhadores do IBGE farão amanhã ato público em frente à sede do órgão, no Rio de Janeiro pela reversão de demissões e pela reabertura de negociações com o governo. Participarão da manifestação delegações de funcionários de 19 estados. Em 23 de julho, servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) farão protesto diante da sede da entidade, no setor de Autarquias Sul, por melhores condições de trabalho.
“O orçamento da CGU vem caindo a cada ano. Está impossível trabalhar. Até setembro, o órgão não terá mais dinheiro para pagar contas básicas, como água, luz, condomínio. É um desperdício de mão de obra qualificada”, disse Rudinei Marques, presidente do Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical).
Aposentados
Os servidores da área de cultura, que suspenderam uma greve antes da Copa, por determinação de liminar obtida na Justiça pelo governo federal, organizam uma caravana rumo a Brasília, em 13 de agosto, para discutir se mantêm a interrupção do movimento.
Ainda hoje, aposentados e pensionistas do setor público e da iniciativa privada devem estabelecer uma agenda de manifestações, em várias capitais, para que duas iniciativas sejam aprovadas antes das eleições de outubro: a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 555, que extingue a contribuição previdenciária de servidores inativos, e o Projeto de Lei 4.434, que recupera o valor dos benefícios do INSS com base no número equivalente de salários mínimos da época em que eles foram concedidos.
Além de Brasília, a Frente Nacional em Defesa da PEC 555/2006 e a Confederação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Cobap) marcaram protestos em Belo Horizonte, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.
» Pressão na Esplanada
Veja as categorias do funcionalismo federal com manifestações agendadas
Judiciário
Paralisação de 24 horas em 16 de julho e possibilidade de greve por tempo indeterminado
IBGE
Ato público em 17 de julho pela reversão de demissões e reabertura de negociações com o governo
Controladoria-Geral da União e Tesouro Nacional
Protestos em 23 de julho contra cortes do orçamento
Cultura
Caravana a Brasília, em 13 de agosto, para discutir se mantêm ou não a suspensão da greve
Fontes: sindicatos e confederações
Fonte: Correio Braziliense