Servidores do Banco Central fazem greve por 48h e atrasam serviços do órgão

    Sindicato garante que serviços essenciais como o Pix não serão afetados desta vez, mas planejam ações mais duras caso não haja acordo com governo sobre reajuste

    Sede do Banco Central, em BrasíliaSede do Banco Central, em Brasília

    Os servidores do Banco Central farão uma greve de 48h a partir desta terça-feira (20) reivindicando um bônus por produtividade e mais reajuste de 36% nos salários dos funcionários do órgão.

    Essa é a segunda paralisação este ano e, de acordo com o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), a ação vai provocar atrasos de divulgação de boletins e outras informações, cancelamento de reuniões, agendas com o Sistema Financeiro Nacional, além de atrasos ainda maiores de projetos do Drex.

    Segundo a tabela de remuneração, disponível no site do Banco Central, o salário inicial da área técnica, nível médio, classe A é de R$ 7.983,81, podendo chegar a R$ 13.649,89, na classe especial. Já para o nível superior, a classe A tem inicial de R$ 20.924,80, chegando a R$ 29.832,94, na classe especial.

    Em comunicado enviado à imprensa, o Sinal informa que a oferta do governo de reajuste em 13% é considerada “insatisfatória pela categoria”. A oferta também começaria a ser implementada de forma parcelada nos anos de 2025 e 2026 e, segundo eles, não contempla as principais reivindicações dos trabalhadores.

    De acordo com o sindicato, o governo também não atendeu às exigências consideradas por eles como essenciais para o fortalecimento da carreira e do próprio órgão.

    Entre os tópicos, estão a obrigatoriedade de nível superior para o cargo de Técnico, a alteração da nomenclatura do cargo de Analista para Auditor e a instituição de uma Retribuição por Produtividade Institucional.

    Segundo o presidente do sindicato, Fábio Faiad, a greve tem potencial para provocar um impacto significativo no funcionamento do Banco Central, mas, assim como na primeira paralisação, não afetará serviços essenciais como o pix. Mas, caso não haja acordo com o governo, medidas mais drásticas serão tomadas.

    “Essa é a última da sequência (de greves) que a gente poupou serviços essenciais e focou mais nas outras questões. Se não tiver acordo e se for greve por tempo indeterminado, alguns setores essenciais podem parar assim. Mas não posso dizer qual, por quanto tempo e em que condição”, disse à CNN.

    No comunicado, o Sinal alerta que, se a próxima reunião com o Ministério da Gestão e Inovação (MGI), agendada para o dia 21 de fevereiro, não resultar em avanços significativos, haverá um indicativo para a deflagração de uma greve por tempo indeterminado.

    O sindicato ainda destaca que as medidas são meios de provocar uma “asfixia operacional e burocrática”, a fim de evidenciar “a urgência de um diálogo construtivo e de ações concretas por parte do governo para resolver as pendências”.

    “A decisão pela paralisação vem na esteira de uma onda de entrega de cargos de comissão, que já conta com mais de 500 renúncias. Além disso, 60 Adjuntos e Consultores confirmaram sua participação no movimento, e os Chefes de Departamento emitiram uma carta de cobrança direcionada à Diretoria Colegiada (DC) do Banco Central”, diz o texto.

    O Banco Central foi procurado e informou que ainda não há posicionamento sobre a situação.

    Fonte: CNN Brasil

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