Como o presidente do BC não apresentou proposta oficial, os trabalhadores fizeram assembleia nesta tarde para votar greve por tempo indeterminado
Por Larissa Garcia, Valor — Brasília
Os servidores do Banco Central (BC) aprovaram nesta segunda-feira, em assembleia, greve por tempo indeterminado a partir de 1º de abril. A categoria realiza desde 17 de março paralisações diárias das 14h às 18h e operação-padrão, também conhecida como operação-tartaruga, em que as equipes realizam os trabalhos de forma mais lenta.
O movimento se intensificou nas últimas semanas e causou atraso de diversas publicações importantes da autarquia, como o relatório Focus, que traz projeções semanais do mercado para os principais indicadores da economia, e das respostas do questionário pré-Copom. Nesta segunda-feira, a autoridade monetária informou que as notas econômico-financeiras – estatísticas do setor externo, estatísticas monetárias e de crédito e estatísticas fiscais – não serão divulgadas nesta semana.
Eles começaram a se mobilizar após o Congresso aprovar previsão de reposição apenas para policiais federais no Orçamento de 2022, com apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas o movimento ganhou força em meio à insatisfação também com a postura do presidente do BC, Roberto Campos Neto, que, segundo servidores, não tem levado as demandas dos trabalhadores ao Executivo e ao Congresso.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, se reuniu no último sábado com servidores sobre reajuste e reestruturação de carreira. De acordo com entidades que representam a categoria, a pauta não avançou e o titular da autoridade monetária relatou dificuldades orçamentárias e políticas.
Como o presidente do BC não apresentou proposta oficial, os trabalhadores fizeram assembleia nesta tarde para votar greve por tempo indeterminado. A reunião com Campos, que foi realizada por videoconferência, foi incluída em sua agenda sem aviso da assessoria de imprensa. Além do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central do Brasil (Sinal), participaram a Associação Nacional dos Analistas do Banco Central do Brasil (ANBCB), e o Sindicato Nacional dos Técnicos do Banco Central do Brasil (SinTBacen).
Conteúdo originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico
Fonte: Valor Investi