18 Julho, 2023 | Escrito por: Redação CUT
Categoria questiona também a abertura de concurso público que, segundo eles, não atrairá profissionais de maior qualificação se não houver reestruturação da carreira
Os servidores do Banco Central (BC) querem que o governo federal atenda às suas reivindicações de reestruturação de carreira, antes da realização de concurso público anunciado para a instituição.
Segundo o Sindicato Nacional dos Funcionário do Banco Central (Sinal), o concurso inviabilizaria a pauta reivindicatória da categoria ao atrair candidatos com formação educacional de segundo grau ou interessados em usar o BC apenas como trampolim para outras carreiras com remuneração superior.
Por outro lado, o sindicato diz que com a reestruturação de carreira, o resultado seria o inverso – o concurso atrairia candidatos com maior nível de escolaridade e a Autarquia conseguiria manter em seus quadros os novos servidores com maior qualificação.
Sem a reestruturação, o Sinal prevê um agravamento do quadro de desmonte a olhos vistos da carreira de Especialista do BC, que vem ocorrendo na última década, com reajustes abaixo da inflação e com as crescentes assimetrias em relação a carreiras congêneres.
Operação Padrão
Em assembleia, a categoria decidiu retomar a operação padrão na segunda-feira (17) e ainda a intensificar. Segundo o sindicato, eventos, atrasos e interrupções em diversos outros serviços do BC podem se tornar cada vez mais frequentes e se espraiar mesmo para os departamentos que ainda não foram atingidos.
Uma das áreas que já está sendo afetada pela Operação Padrão do BC é o Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (LIFT Lab) – um ecossistema de inovações financeiras e tecnológicas, coordenado pela Fenasbac e pelo Banco Central do Brasil, apoiado por empresas de tecnologia.
O LIFT, eleito um dos melhores laboratórios de inovação do mundo, desenvolve propostas de inovações para o Sistema Financeiro Nacional (SFN), beneficiando a sociedade e a economia.
Reivindicações
As principais mudanças propostas na reestruturação de carreira dos servidores do Banco Central do Brasil incluem:
- Exigência de ensino superior para o cargo de técnico: Os servidores têm pedido que o cargo de técnico seja considerado como de nível superior, o que implicaria em uma mudança na qualificação necessária para ingressar nessa carreira
- Alteração de nomenclatura para o cargo de analista: A proposta também envolve a alteração de nomenclatura para o cargo de analista para Auditor, termo mais condizente com as atividades realizadas e com a importância do respectivo cargo.
De acordo com o sindicato, apesar da Ministra Esther Dweck do Ministério da Gestão e Inovação (MGI) ter conversado com as entidades representativas do corpo técnico do BC e recebido as reivindicações não salariais dos funcionários do órgão, a ministra se posicionou publicamente contra a reestruturação de carreira.
Diante deste posicionamento, os servidores querem ser recebidos pelo Ministério da Fazenda, a fim de expor as preocupações sobre as implicações negativas para a carreira e sensibilizar o ministério a propor uma medida provisória ou projeto de lei que preveja a criação de uma retribuição por produtividade, nos moldes do bônus de produtividade dos auditores fiscais da Receita Federal.
“Sem que a Fazenda abra um canal de diálogo com as entidades que representam o corpo técnico do BC, a atmosfera no BC tende a ficar insustentável, colocando em risco as entregas da Autarquia à sociedade e o cumprimento de sua missão institucional, incluindo seu papel de regulador e fiscalizador do Sistema Financeiro Nacional e como gestor do STR, Selic e Pix”, afirmou em nota o presidente Nacional do Sinal, Fábio Faiad.
Fonte: CUT