Sindicalista denuncia desmonte da Casa da Moeda

    Diretor licenciado do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (SINAL), Daro Piffer

    Em entrevista ao jornal Hora do Povo, o Diretor licenciado de Estudos Técnicos do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (SINAL), Daro Piffer, declarou que há um sucateamento por parte do governo da Casa da Moeda, destacando que “o governo já tem a ideia de privatizá-la já faz um tempo”.

    “Esse plano vem desde que saiu a autorização para o Banco Central (BC) comprar moeda no exterior. Nós estamos com um governo comprometido com interesses não nacionais, ou seja, com estrangeiros que querem retirar recursos do país”, denunciou Piffer.

    Daro explica que, “por volta de 2010, a Casa da Moeda reformou todo o seu parque industrial, em cima de uma carta do Banco Central, que era uma intenção de compra de moeda e cédulas para próximos anos. E a Casa da Moeda investiu pesado para reformular o parque industrial com tecnologias novas, maquinas etc. O que correu depois é que, com o governo da Dilma, houve corte no orçamento. Ela cortou inclusive o orçamento monetário, que serve para fazer política monetária e que fica separado para a Casa da Moeda não sofrer problemas de contingência. Mas Dilma cortou esse orçamento e passamos a não ter dinheiro nem para fazer dinheiro. Com as receitas diminuídas, a Casa passou a tentar fazer selo de garrafa, entre outras coisas, para tentar sobreviver”, disse Daro.

    O diretor do SINAL explicou também que, por falta de demanda, o maquinário ficou parado, sem a devida manutenção e reposição de peças. E de lá para cá, a Casa da Moeda não conseguiu atender encomendas do BC o que deu brechas para que em 2017, o governo, através de uma Medida Provisória (MP) 745/2016, autorizasse o BC a encomendar no estrangeiro a confecção de cédulas e moedas. Com isso, colocou a empresa no rol de estatais a serem privatizados.

    “A gente entende que isto é muito prejudicial para o país. Nós já temos uma tecnologia para fabricação de dinheiro e você ter controle da fabricação da sua própria moeda é uma questão de soberania nacional. Todos os países que têm uma moeda nacional forte fabricam a sua própria moeda”, destacou.

    Nesta semana o presidente da instituição, Alexandre Cabral, afirmou que há uma demanda de R$ 400 milhões retidos pelo Tesouro Nacional por conta da Desvinculação de Receitas da União (DRU), que confisca 30% sobre as receitas. Por conta desta retenção a estatal fechou 2017 com um déficit de R$ 117 milhões.

    ANTONIO ROSA

    Fonte: Hora do povo

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