O debate sobre o projeto de lei da terceirização (PL 4330/04) na Câmara provocou um clima de tensão dentro e fora do Plenário. Impedidos de entrar no prédio em função das novas regras de segurança impostas pela Mesa Diretora, que limita o número de visitantes, centenas de sindicalistas hostilizavam os parlamentares que chegavam à Casa.
Os que tiveram autorização para ocupar a galeria do Plenário em muitos momentos vaiaram os convidados que defendiam a proposta do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO). Eles foram repreendidos pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves.
O deputado Osmar Terra (PMDB-RS) usou o microfone para denunciar que manifestantes o haviam agredido e tentado barrar a entrada dele na Câmara. O deputado Vicentinho (PT-SP) pôs em dúvida a afirmação. Alves deixou o Plenário para apurar pessoalmente o ocorrido e, após receber informações sobre atitudes exageradas dos trabalhadores, determinou providências à segurança da Casa para que incidentes como esse não voltem a se repetir.
“Esta Casa é democrática porque ela impõe respeito e regras. Isso é fundamental na democracia. Vamos ver se a coisa se torna mais tranquila e as providências para que nas próximas reuniões isso não volte a se repetir”, afirmou Alves.
Constrangimento
Mas o clima dentro do Plenário continuou acirrado. O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) confirmou que havia passado pelo mesmo constrangimento de seu conterrâneo Osmar Terra. E deixou o local, após chamar os manifestantes de bandidos. O discurso provocou reações dos deputados e do público que acompanhava o debate.
O deputado Glauber Braga (PSB-RJ) devolveu a ofensa dizendo que, se havia algum bandido na Casa, o bandido era Perondi, e desafiou o parlamentar a entrar com uma representação contra ele no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar pela acusação que acabava de proferir.
Reportagem – Marise Lugullo
Edição – Rachel LIbrelon
Fonte: Agência Câmara Notícias