Em nota divulgada após Galípolo defender a proposta em reunião com senadores, Sinal diz que medida é tentativa de ruptura do BC com seu papel de órgão de Estado
O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) contrariou o presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, e voltou a criticar nesta terça-feira, 27, a PEC que garante autonomia financeira à instituição. Em nota divulgada após Galípolo defender a proposta em reunião com senadores, o Sinal diz que a medida ameaça a natureza pública do BC e é uma tentativa de ruptura com seu papel de órgão de Estado.
“O apoio à PEC 65 não reflete a posição majoritária da categoria, deliberada em votação eletrônica com mais de 4,5 mil participantes, nem da entidade sindical que há décadas representa os servidores do Banco Central. A proposta rompe com princípios constitucionais e é uma ameaça ao papel do Banco Central como ente de Estado”, diz o presidente do Sinal, Epitácio Ribeiro.
O sindicato diz reconhecer a necessidade de modernização da estrutura do BC e de recomposição do quadro funcional, mas defende que isso seja feito preservando o vínculo do órgão com a administração pública federal.
Galípolo pede aprovação de PEC
Como mostrou a Coluna do Estadão, o presidente do BC disse a senadores que o órgão precisa estar em consonância com os demais bancos centrais do mundo inteiro, das nações mais desenvolvidas. Para que isso ocorra, defendeu a aprovação da PEC.
A reunião ocorreu em tom descontraído. Galípolo até brincou com o tempo de vida da frota de carros do Banco Central, que é da década de 1980 e tem a mesma idade dele. O presidente do BC observou que, em razão da falta de autonomia orçamentária, por exemplo, a instituição não pode nem sequer comprar uma nova frota de carros que transportam altos valores.
Fonte: Estadão