Sindicato do BC critica novo concurso antes de reestruturação

    Presidente da entidade reclama da “indisposição” do governo em melhorar a qualificação da autoridade monetária

    Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central) disse nesta 2ª feira (17.jul.2023) que vai recrudescer a operação padrão dos funcionários públicos da autoridade monetária. Criticam a possibilidade de realização de concurso público sem a reestruturação da carreira. Eis a íntegra do comunicado (25 KB).

    A categoria demonstra insatisfação com a ministra de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. O presidente do Sinal, Fábio Faiad, declarou que há indisposição do governo em avançar na reestruturação da carreira do BC.

    As propostas do Sinal para as carreiras do BC são:

    • exigência de ensino superior para o cargo de técnico;
    • alteração de nomenclatura para o cargo de analista para auditor.

    Segundo o Sinal, a nomenclatura é o nome mais condizente com as atividades realizadas e com importância de respectivo cargo.

    “O Sinal entende que a realização de concurso neste momento é inoportuna e uma forma de inviabilizar a pauta reivindicatória da categoria. Dentro de um cenário de sucateamento da autarquia e de desmotivação funcional, o concurso público atrairia candidatos com formação educacional de segundo grau ou interessados em usar o BC apenas como trampolim para outras carreiras com remuneração superior”, declarou.

    O Sinal afirmou que a reestruturação da carreira faria com que o concurso permitisse a entrada de candidatos com maior nível de escolaridade. Sem a qualificação do quadro técnico, o sindicato declarou que haverá um agravamento no desmonte do BC “que vem ocorrendo na última década, com reajustes abaixo da inflação e com as crescentes assimetrias em relação a carreiras congêneres”. 

    A categoria se compara aos auditores fiscais da Receita Federal, que passaram a ganhar bônus por produtividade.

    TENTATIVA COM HADDAD

    O sindicato tenta agora ser recebido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para expor as preocupações dos funcionários públicos. Enquanto isso, intensificará a operação padrão a partir desta 2ª feira (17.jul.2023). As paralisações resultam em atrasos de indicadores, eventos e outros serviços do Banco Central.

    Um dos atrasos é o LIFT Lab (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas), que desenha a criação do real digital –a moeda virtual do Brasil.

    “Sem que a Fazenda abra um canal de diálogo com as entidade que representam o corpo técnico do BC, a atmosfera no BC tende a ficar insustentável, colocando em risco as entregas da autarquia à sociedade e o cumprimento de sua missão institucional, incluindo seu papel de regulador e fiscalizador do Sistema Financeiro Nacional e como gestor do STR, Selic e Pix”, disse Faiad.

    Fonte: Poder 360

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