Por Aline Oyamada e Antonio Perez | Valor
SÃO PAULO – (Atualizada às 10h15) O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou hoje que o sistema financeiro nacional é estável e que o Brasil enfrentará com tranquilidade a volatilidade dos mercados financeiros internacionais decorrente da normalização da política monetária dos países desenvolvidos. Esse processo, aliás, já está começando nos Estados Unidos, acrescentou. O resultado disso, continuou, é que vai haver menos capital para emergentes e encarecimento de recursos.
Segundo Tombini, o BC sabe “lidar com a volatilidade”. “Mantivemos a estabilidade mesmo nos momentos turbulentos da economia nacional e internacional”, disse o presidente do BC durante o 8º Seminário sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária, organizado pelo BC em São Paulo.
Ele afirmou que o sistema financeiro brasileiro passou por profundas transformações nos últimos anos que garantiram a manutenção da estabilidade econômica. Observou ainda que o Brasil tem capacidade diferenciada de monitoramento do sistema financeiro e que é “melhor que a da maioria dos outros países”.
“O BC ampliou o espectro de informações a que tem acesso, permitindo o monitoramento em tempo real de todas as operações, emissões, carteiras e exposições de bancos”, afirmou.
O presidente da autoridade monetária notou que o BC introduziu instrumentos mais modernos que permitiram a eliminação de focos de vulnerabilidade. “Conduzimos um processo abrangente de supervisão para mitigar as vulnerabilidade do sistema financeiro “, disse.
Ele disse também que os bancos brasileiros não precisarão de capital adicional para cumprir as exigências de Basileia 3, acordo com novas regras para o setor bancário. “O sistema financeiro nacional não precisará de capital adicional para cumprir as exigências de Basileia 3 e a sua adoção no Brasil terá impacto neutro sobre a expansão da oferta de crédito.”
Tombini lembrou ainda que há muito tempo nosso país já dispõe de regulação e supervisão mais rigorosa que a maioria das economias avançadas. “Nosso quadro prudencial e regulatório já está bem próximo das exigências de Basileia 3”, sustentou.
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