Só extra salva superavit

    DECO BANCILLON

    O governo pode reduzir a meta de economia fiscal feita por estados, municípios, União e empresas estatais para pagar os juros da dívida pública, o chamado superavit primário, para apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB). O abandono do compromisso de economizar 2,3% das riquezas geradas pelo país, se for sacramentado pela equipe econômica, representará uma dificuldade a mais para o Banco Central (BC) na difícil tarefa de trazer a inflação para baixo. Há apenas uma semana, a última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) dizia enxergar “condições” para que a política fiscal, até então tachada de “expansionista”, “se desloque para a zona de neutralidade”.

    O comprometimento do Ministério da Fazenda com uma meta menor significará pressão adicional dos gastos do governo sobre os preços e o consumo interno. Cada vez que o Estado adquire equipamentos ou contrata funcionários para prestar serviço ao poder público, ele produz inflação. Para reduzir essa pressão sobre o custo de vida, o governo destina parte do que arrecada para o pagamento de juros da dívida.

    A Fazenda não comentou a possível redução da meta. Fontes do governo, porém, dizem que um menor esforço fiscal não necessariamente significará mais gasto público. Nas contas dessas fontes, o aperto feito em 2012 foi de apenas 1,5% do PIB. Dessa forma, mesmo que a meta deste ano fosse de 2% e não de 2,3%, haveria economia fiscal.

     

    Fonte: Correio Braziliense

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