Saldo positivo de R$ 3,7 bilhões é 7% inferior ao resultado do mesmo mês do ano passado, mas quase 190% superior ao esforço fiscal de junho
Adriana Fernandes e Renata Veríssimo, da Agência Estado
BRASÍLIA – As contas do governo central apresentaram em julho um superávit primário de R$ 3,72 bilhões, o menor para o mês deste 2010. O esforço fiscal apresentou um crescimento de 189,6% em relação ao resultado positivo de junho, de R$ 1,285 bilhão. Em relação a julho de 2012, quando o superávit foi de R$ 4,004 bilhões, houve queda de 7,09%.
No acumulado de 2013, as contas do governo central – que reúne Tesouro Nacional, Banco Central (BC) e Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – acumulam superávit primário de R$ 38,1 bilhões, apresentando uma queda de 26,7% em relação ao mesmo período de 2012.
De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, 29, pelo Tesouro, o esforço fiscal do governo central caiu de 2,08% do Produto Interno Bruto (PIB) de janeiro a julho de 2012 para 1,40% no mesmo período de 2013.
Os dados mostram que o Tesouro em julho apresentou superávit de R$ 7,04 bilhões, acumulando saldo positivo de R$ 68,77 bilhões do começo do ano até julho.
Por outro lado, a Previdência Social apresentou déficit primário de R$ 3,08 bilhões em julho e no ano até o mês passado teve resultado negativo de R$ 30,11 bilhões. As contas do BC também ficaram no vermelho em julho, com déficit primário de R$ 235,4 milhões. No acumulado do ano, o resultado é déficit de R$ 548,6 milhões.
A meta prevista para o governo central na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) até o segundo quadrimestre (agosto) é de R$ 35 bilhões, portanto o governo já tem uma folga no esforço fiscal até julho, uma vez que o superávit acumulado no ano é de R$ 38,1 bilhões. No período de 12 meses até julho o superávit do governo central é equivalente a 1,6% do PIB, ou R$ 74,4 bilhões. A meta até o final do ano do governo central é de R$ 73 bilhões. Os dados completos das contas do setor público serão divulgados nesta sexta-feira, 30, pelo BC.
Despesas. As despesas do governo central subiram 12,8% no acumulado de janeiro a julho, em relação ao mesmo período de 2012. Já as receitas tiveram alta de apenas 7,9%. Em julho, a alta das despesas foi de 10,4% e o avanço das receitas foi de 7,5%, em relação a junho. Segundo os dados divulgados pelo Tesouro Nacional, as receitas com concessões em julho somaram R$ 3,315 bilhões. Já a transferência de dividendos de empresas estatais para a União foi de apenas R$ 68,7 milhões.
No acumulado de janeiro a julho, as receitas com concessões totalizam R$ 6,108 bilhões, o que representa um aumento de 611% em relação aos sete primeiros meses de 2012. O valor dos dividendos no ano foi de R$ 7,763 bilhões, o que representa uma queda de 24,6% em relação ao período de janeiro a julho de 2012.
PAC. Os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) somaram R$ 26,5 bilhões de janeiro a julho, o que representa um crescimento de 6,8% em relação ao mesmo período de 2012. Apesar de manter a expansão, o ritmo de crescimento dos investimentos do PAC desacelera. O mesmo aconteceu com os investimentos globais que somaram R$ 38,8 bilhões, alta de apenas 0,1% em relação a igual período do ano passado.