O pedido de afastamento do relator das contas do governo Dilma Rousseff no Tribunal de Contas União (TCU) teve efeito contrário ao esperado: o tribunal decidiu manter, para a tarde de amanhã, a sessão marcada para julgar o relatório do ministro Augusto Nardes.
Ontem, o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, foi pessoalmente à sede do TCU para oficializar o pedido de afastamento do relator. Após se reunir com o presidente do tribunal, Aroldo Cedraz, e o corregedor, Raimundo Carreiro, Adams ameaçou recorrer ao Supremo Tribunal Federal caso o pedido de afastamento seja rejeitado.
A tendência é que Nardes seja mantido. Ministros do tribunal avaliam que a atitude do governo serviu apenas para unir os integrantes do tribunal. “Se a gente declara um colega suspeito num caso como este, destruímos o nosso colegiado”, disse um ministro.
Adams alega que Nardes teria revelado seu voto antes do julgamento, ferindo a Lei Orgânica da Magistratura Nacional. O governo teme que a rejeição das contas do governo em 2014 seja usada pela oposição como motivo para abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Fonte: Valor Econômico