Técnicos do Banco Central entram em greve na próxima segunda-feira

    O movimento tem apenas o objetivo de expor a insatisfação dos servidores e pressionar o governo

    Vera Batista

    postado em 27/03/2015 16:46 / atualizado em 27/03/2015 17:34

     

     

     

    Os técnicos do Banco Central entram em greve de 30 de março a 3 de abril, justamente na semana em que o BC completa 50 anos. Segundo informações do sindicato da categoria (SinTBacen), o movimento tem apenas o objetivo de expor a insatisfação dos servidores e pressionar o governo a cumprir os acordos assinados (2005, 2008 e 2012), que garantiam a reestruturação da carreira, inclusive com a exigência de nível superior em concursos públicos.

    Segundo Willekens Brasil, vice-presidente do SinTBacen, após 10 anos de promessas quebradas, o quadro de pessoal do órgão se assemelha a uma pirâmide invertida: existem 3.863 analistas e apenas 539 técnicos. Ou seja, muitas pessoas com funções especializadas e poucas trabalhando no apoio.

    “É também um sério desvio de função. Os analistas, que poderiam estar pensando a política monetária do país, por falta de funcionários, hoje fazem atendimento ao público e até organização de processos”, denunciou. Trata-se, disse, de um desperdício de dinheiro público, pois os salários dos analistas (de R$ 13,5 mil a R$ 21,3 mil) é muito superior ao dos técnicos (de R$ 5,1 mil a R$ 9,7 mil).

    “Além disso, no último concurso, em 2013, o Banco Central convocou novamente mais analistas (300) que técnicos (50). Temos mais de mil aprovados que inclusive deixaram seus empregos e não foram convocados”, ressaltou Brasil.

    A intenção do sindicato é convencer o governo de que o processo de modernização do quadro do Banco Central – que já foi alvo de estudos de grupo de trabalho no Ministério do Planejamento -vai reduzir, em vez de aumentar os custos para a administração federal. “A idéia é manter o número de analistas e contratar cada vez mais técnicos.

    Com isso, no médio prazo, os desembolsos com a folha de pagamento vão cair”, reforçou Brasil. A greve, além de Brasília, ocorrerá nas nove capitais que o banco tem sede: Belém, Fortaleza, Salvador, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre.

    Fonte: Correio Braziliense

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