Tombini fica no BC

    As especulações em torno dos nomes para comandar a política econômica num eventual segundo mandato de Dilma Rousseff (PT) voltaram à tona após a presidente indicar que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não deve permanecer no cargo a partir de 2015. Na corrida pela vaga, o atual presidente do Banco CENTRAL (BC), ALEXANDRE TOMBINI, era quem mais ganhava pontos com Dilma, mas o nome dele perdeu força nas últimas semanas, justamente quando dois economistas que já foram cogitados para o cargo passaram a subir na preferência com a presidente.

    Sob condição de anonimato, interlocutores de Dilma disseram que os dois mais cotados para assumir a Fazenda num eventual segundo mandato da presidente são o ex-secretário da Fazenda Nelson Barbosa e o economista do Banco Mundial Otaviano Canuto. TOMBINI, por sua vez, continuaria à frente do BC.

    A perda de força de TOMBINI na corrida pela sucessão de Mantega é um banho de água fria nas pretensões do atual presidente do BC. Desde que teve o nome especulado para o cargo, ele trocou a postura serena e o tom conciliador nos discursos para adotar um tom combativo.

    A faceta mais visível dessa nova postura de TOMBINI foi revelada mês passado, durante participação em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. No encontro, o presidente do BC ironizou parlamentares da oposição e disparou quando questionado sobre se o país vivia um nova crise econômica devido ao baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). “Que crise é essa que a inflação está sob controle e que nós estamos no menor nível de desemprego de todos os tempos?”, rebateu.

    Para o economista Eduardo Velho, da INVX Global Partners, a manutenção de TOMBINI no cargo indica a continuidade da política econômica atual. “O mais importante hoje, se o governo for reeleito, é recuperar rapidamente a credibilidade, que está no chão. E não se faz isso apenas com novos nomes para a Fazenda ou o para BC. É preciso tomar novas medidas e colocá-las em prática, seja quem for o escolhido para essa missão.”

     

    Fonte: Correio Braziliense

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