Finanças: BTG Pactual lucra menos com adesão ao Refis

    Carolina Mandl | De São Paulo

    A adesão do BTG Pactual ao programa de refinanciamento de dívidas tributárias afetou o resultado do banco. O BTG registrou um lucro líquido de R$ 501 milhões no terceiro trimestre deste ano, valor 30% menor em relação a igual período do ano passado.

    Apesar das receitas maiores e das despesas menores, em termos contábeis o lucro do BTG encolheu por causa do maior pagamento de impostos no terceiro trimestre de 2017. Esses gastos somaram R$ 439 milhões, ante R$ 4 milhões em igual período do ano passado.

    O banco explica que esse aumento se deveu à adesão ao Programa Especial de Regularização Tributária (Pert). O BTG discutia no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) uma autuação referente ao uso indevido de ágio supostamente gerado pela aquisição do Pactual pelo UBS em 2006, mas decidiu entrar no Pert para liquidar a disputa. A maior parte das despesas foi paga pelo UBS, que reembolsou o BTG.

    As receitas totais do banco tiveram expansão de 4% ante o terceiro trimestre do ano passado, alcançando R$ 1,645 bilhão. Esse crescimento ocorreu devido ao negócio de tesouraria e corretagem, chamado de “sales & trading”, e dos ganhos com as participações no Banco Pan e no private banking suíço EFG.

    As demais áreas de negócios do BTG, como crédito, gestão de recursos e banco de investimentos, mostraram redução de receita quando comparadas a igual período de 2017.

    Do lado das despesas, o banco pagou R$ 235,8 milhões em bônus a seus executivos, o que representou uma alta de 258% na comparação com o segundo trimestre. Em igual intervalo de 2016, o banco registrou uma reversão de bônus. Gastos com salários e despesas administrativas apresentaram queda.

    Na área de ativos de terceiros, o BTG mostrou uma expansão de 7%, para R$ 136,8 bilhões de recursos sob gestão e administração. Houve um ingresso líquido de novos recursos de R$ 3,2 bilhões no trimestre.

    Os ativos do banco encerraram setembro em R$ 113,7 bilhões, o que representou uma retração de 4,5% ante junho devido, entre outros, à redução do portfólio de Câmbio.

    Fonte: Valor Econômico

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