Presidente sinaliza mais uma vez que trocará nomes na Esplanada num eventual segundo mandato…
Pelo segundo dia consecutivo, a presidente Dilma Rousseff insinuou que, em um eventual segundo mandato, promoverá mudanças na equipe de governo. A diferença é que, desta vez, ela foi mais específica e deu a entender que, caso vença as eleições de outubro, as trocas ocorrerão inclusive na equipe econômica. Questionada sobre a permanência do ministro da Fazenda, Guido Mantega, Dilma respondeu: “Eleição nova, governo novo, equipe nova”, afirmou, em Fortaleza.
O Correio mostrou ontem que as palavras da presidente, proferidas com o intuito de acalmar os mercados e tentar retomar a confiança do setor empresarial, chegam tarde demais. “Faz todo o sentido ela dizer isso, pois a equipe econômica tem sido muito criticada, e já faz tempo. O problema é que a presidente perdeu o timing”, afirmou o professor de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) João Saboia.
Após atividade de campanha na capital cearense, contudo, Dilma evitou apontar quais nomes fariam parte dessa nova equipe. “Não nomeio ministro em segundo mandato, eu não fui eleita. Não sei se vocês lembram (o que aconteceu) quando sentaram na cadeira antes da eleição”, afirmou a candidata, sem citar diretamente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, em 1985, se sentou na cadeira de prefeito de São Paulo e acabou perdendo as eleições para Jânio Quadros.
Embora diga que dá “azar” abordar esse assunto antes da apuração dos votos, ela insistiu no tema. “Eu não falo disso porque dá azar falar de uma coisa que ainda não ocorreu. Mas é governo novo, equipe nova. Não tenha dúvida disso”, emendou.
“Inócuas”
A presidente já tinha dito isso na véspera, em atividade de campanha com empresários em Belo Horizonte. “Declarei (anteriormente) que considerava tão importante a política de desenvolvimento em geral que faria um Conselho de Desenvolvimento ligado diretamente à Presidência da República. Reitero o meu compromisso. Obviamente, novos governos, necessariamente atualização das políticas e das equipes”, disse ela.
O economista-chefe da Opus Investimentos, José Márcio Camargo, considerou as declarações de Dilma inócuas. “Ela já tinha dado sinais de que o manteria no Ministério da Fazenda só até o fim deste mandato. Portanto, a expectativa da mudança do titular da pasta já é algo esperado pelo mercado, está no preço. Não muda nada”, comentou Camargo.
“Volta, Lula” sai do ar
Um site apócrifo, que entrou no ar ontem, faz uma contagem regressiva até 15 de setembro, prazo legal para substituição de nomes na disputa eleitoral, para que o PT anuncie Luiz Inácio Lula da Silva como candidato no lugar de Dilma Rousseff. A página está registrada nos Estados Unidos desde 9 de abril deste ano. O endereço usa o e-mail lula2014@lula2014.org para enviar mensagens automáticas reivindicando apoio ao petista. A identidade do responsável pelo domínio lula2014.org não é revelada. Os responsáveis pelo site, que conta com vídeos das duas campanhas presidenciais vitoriosas de Lula, alegam que se trata de “uma iniciativa popular e não é financiada ou tem qualquer ligação com o PT ou qualquer outro partido.” Na tarde de ontem, após grande repercussão nas redes sociais, a página foi retirada do ar. O movimento virtual “Volta, Lula” é ligado a uma página em uma rede social com 81 mil curtidas.
Fonte: Correio Braziliense