Por Gustavo Silva |
Possibilidade de realização de concurso antes de reestruturação de carreira é um dos pontos-chave do imbróglio
Insatisfeitos com a condução dos diálogos realizados pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, servidores do Banco Central (BC) pedem a reestruturação de carreiras. Representantes sindicais defendem que, com apenas duas mudanças a serem postas em prática, a situação pode se tornar mais amistosa entre os funcionários, a gestão do BC e o governo Lula.
A categoria, que antes já se mostrava insatisfeita com a falta de diálogo com o governo quanto à reestruturação da carreira dos funcionários públicos do banco, agora está transtornada pela possibilidade de realização de um concurso público sem que suas pautas sejam debatidas oficialmente.
O que eles pedem
- Alteração de nomenclatura para o cargo de analista: A proposta também envolve a alteração de nomenclatura para o cargo de analista para auditor, termo mais condizente com as atividades realizadas e com a importância do respectivo cargo.
- Exigência de ensino superior para o cargo de técnico: Os servidores têm pedido que o cargo de técnico seja considerado como de nível superior, o que implicaria em uma mudança na qualificação necessária para ingressar nessa carreira.
As principais mudanças propostas na reestruturação de carreira dos servidores do Banco Central do Brasil são:
“As entidades do corpo funcional buscam agora ser recebidas pelo Ministério da Fazenda, a fim de expor as preocupações dos servidores do banco sobre as implicações negativas para a carreira com a realização do concurso público no atual estágio de negociação funcional “, afirmou o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central à coluna.
O Sindicato Nacional dos Funcionário do Banco Central (Sinal) argumenta que a realização do concurso, na atual situação, inviabiliza a pauta da classe.
— Dentro de um cenário de sucateamento da autarquia e de desmotivação funcional, o concurso público atrairia candidatos com formação educacional de segundo grau, ou interessados em usar a instituição apenas como trampolim para outras carreiras com remuneração superior — afirmou Fábio Faiad, presidente do Sinal.
A operação de paralisações pontuais dos servidores do Banco Central (BC) será mantida e tende a piorar, por conta das faíscas que têm surgido na relação com a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. Servidores afirmam que ela não atendeu às reivindicações não salariais do sindicato do BC.
Procurada, a assessoria do Banco Central não retornou às demandas da coluna. O Ministério da Gestão ainda não se manifestou.
Fonte: Jornal Extra