SINAL-SP INFORMA nº 45 - 6.9.13

SINAL-SP INFORMA nº 45 – 6.9.13

 

SINAL-SP INFORMA

     São Paulo, 6 de setembro de 2013 – nº 45

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SINAL 25 anos

NESTA EDIÇÃO

Convite para palestra

Resultado da assembleia de 4/9

 

CONVITE PARA PALESTRA

O SINAL-SP convida para a palestra do Deputado Delegado Protógenes, sobre a operação “Satiagraha” e a independência de opinião e de atuação do servidor público, a ser realizada no dia 9 de setembro, segunda-feira, às 10h, no auditório do BC em São Paulo.  

Protógenes Queiroz4 

Participe!

RESULTADO DA ASSEMBLEIA DE 4/9

Assembleia em São Paulo aprova proposta de os servidores desligarem seus computadores de trabalho por uma ou duas horas. Tudo para ajudar o BC a economizar energia elétrica!

A assembleia em São Paulo, realizada no dia 4/9/13, contou com a assinatura de 144 servidores na lista de presença.

Aparecido Sales, presidente do SINAL-SP, iniciou com a leitura do edital de convocação para ato de repúdio aos cortes no orçamento do Banco Central.

Surpreendidos com os cortes anunciados, os servidores agora se preocupam com as consequências disso na qualidade dos serviços prestados pelo BC, como a supervisão e fiscalização do Sistema Financeiro Nacional. É o caso, por exemplo, dos modems 3G (modem portátil) – que vinham sendo utilizados pelos servidores no trabalho de fiscalização; seu uso, agora, ficou restrito a uma unidade por gerência. A alternativa de o servidor utilizar a rede das instituições fiscalizadas expõe o sigilo da fiscalização, ressaltou Sales. O corte das ligações interurbanas também preocupa, pois muitas instituições financeiras, como as cooperativas, ficam em cidades distantes das equipes que as fiscalizam.

Sabe-se também que outras áreas do BC estão sendo prejudicadas pela falta da internet, como o acompanhamento de toda a dinâmica da economia e da política brasileira. É inconcebível tolher-se esse acompanhamento, pois que ajuda na análise de processos e na tomada de decisões.

Considerando que a maioria dos presentes não teve contato com o texto, porque publicado recentemente, Sales procedeu à leitura do boletim SINAL-DF INFORMA de 3/9/13, que tratou com profundidade das questões ora levantadas. Para ler o texto, clique aqui.

Diante de uma economia tão porca e miserável, é de se perguntar o que significa, no orçamento do BC, o pagamento de menos de R$ 4.000,00 mensais para doze jovens, em São Paulo, que recebiam, em sua maioria, R$ 290,00 de Bolsa, o que lhes dava oportunidade de uma formação profissional em nosso meio. Um administrador que se preza, disse Sales, não faria esse tipo de economia, porque irrisória e danosa aos atingidos; levaria em conta, antes de tudo, a relação custo/benefício da medida.

No dia 3/9, um servidor de Brasília divulgou, na rede Starnet, cinco propostas para o BC. “Nessa época de poucos recursos,” escreveu ele ironicamente, apresentando-as, “o BCB deveria proibir todos os gastos particulares que paga para os servidores”. Sales pediu uma salva de palmas da assembleia – no que foi atendido – após a leitura de cada uma das propostas, a saber: 

1 –

Fechamento dos banheiros. Afinal, ninguém vai ao banheiro “a serviço”. Gasto inadmissível;

2 –

Elevadores: Permitir somente deslocamentos ascendentes. A descida é considerada particular, pois o servidor está indo para sua casa. Eventuais descidas para reuniões em outros andares seriam autorizadas pelo Diretor de Administração, após o preenchimento dos formulários próprios e entrega com 30 dias de antecedência;

3 –

Fechamento do refeitório do 3S: É inadmissível que a autarquia gaste recursos públicos para iluminar e eletrificar os micro-ondas que são usados para a alimentação dos servidores, visto que são utilizados em horário de almoço;

4 –

Fechamento dos vestiários: o servidor deve vir cumprir sua jornada já limpo e vestido;

5 –

Fechamento dos estacionamentos e garagens. Não se pode pagar segurança e iluminação para a guarda de veículos particulares.

 

Paulo Lino, com a palavra, lembrando contingenciamentos já ocorridos no BC, expressou assombro com as recentes medidas adotadas. Achou espantoso o fato de pessoas serem dispensadas abruptamente, de sexta-feira para segunda-feira; que se prejudique o trabalho com a desculpa de que precisamos cortar despesas; que uma categoria de alta classe, como a nossa, uma categoria de Estado, que tanto tem trabalhado para manter a economia do País em bom funcionamento, tenhamos que passar por tais dissabores. Poucas pessoas foram consultadas. O pior de tudo, disse ele, é a possibilidade desses absurdos se transformarem em “lei”, integrada ao dia-dia do funcionalismo.

Recentemente, acrescentou Lino, criticamos a orientação dada ao servidor, para entrar com seu pedido de aposentadoria, solicitar a assinatura da sua chefia. Hoje, devemos pedir permissão para fazer uma ligação interurbana. Amanhã, precisaremos pedir permissão para tudo. Ou nos mobilizamos agora, concluiu, mostrando a nossa indignação, ou amanhã teremos dificuldade em muitas outras situações.

Tomando a palavra, um participante ofereceu mais uma proposta para o BC (a de número seis), visando à economia dos gastos públicos com energia elétrica: Os servidores devem desligar os computadores, por uma ou duas horas, interrompendo os trabalhos. Comentando a proposta, Sales lembrou que uma “contribuição” da natureza já vem sendo feita pelo BC em São Paulo, que possui três elevadores fora de operação, no momento. 

Iso Sendacz, por sua vez, teceu comentários a respeito da notícia sobre  o esforço do governo para produzir superávit primário, citada no boletim Boca Paulista Eletrônico nº 7, de 3/9/13. Lembrou que os cortes no BC têm o objetivo de reforçar o superávit primário, como algo que demonstrasse a seriedade sugerida pela autoridade monetária. Cálculos de um servidor da área de fiscalização indicam que se o impacto dos juros da dívida fosse de 0,49% ao invés de 0,5%, em um ano o Tesouro economizaria 200 a 250 milhões de reais, ou seja, todo o orçamento do BC, não apenas os 47 milhões que se quer cortar.

Nesse esforço voltado à produção de superávit primário, disse Iso, com cortes além do razoável das disponibilidades para um melhor atendimento dos serviços públicos, quer os reclamados nas ruas nos últimos meses – mais saúde, educação e segurança -, quer os oferecidos pelos órgãos públicos como o BC em seu trabalho de preservação do poder de compra da moeda e fiscalização do Sistema Financeiro, corre-se o risco de grandes prejuízos para a sociedade e o estado brasileiro, o que não podemos tolerar.

Sales, retomando a palavra, disse do risco tecnológico a que está sujeito o BC com esse tipo de economia. Segundo lhe contou um participante, o pessoal do Deinf não está conseguindo acessar a internet sequer para resolver problemas no sistema de informática do BC. Os riscos para o Banco, como afirmado no citado boletim do SINAL-DF, além de operacionais, envolvem os de ordem legal e de imagem.

A diretoria do BC precisa, com urgência, rever a questão. É impossível cortar, em quatro meses, 23% de um orçamento anual, o que significa 70% do período de quatro meses. Será que a diretoria do BC não fez essa “continha”?

Não existe gordura no orçamento do BC. O próprio comunicado da Diretoria Colegiada disse que o orçamento do BC é austero, vamos ter que cortar na carne. Isso não é cortar na carne, 70% de cortes é para matar o paciente!

Chega-se a pensar, até, que a pretexto dos cortes, o que se pretende é humilhar os trabalhadores do Banco Central. Distribuem-se telefones modernos com recursos para videoconferência etc. e se cortam as impressoras. Tem sentido, perguntou Sales, o servidor se deslocar de um andar para o outro para buscar o material impresso ou, como no caso de outras regionais, com menos máquinas ainda, receber as cópias apenas no dia seguinte?

Para visualizar a dimensão dos cortes de 70% no orçamento, Sales apresentou à assembleia dois pacotes de papel higiênico (ver foto abaixo). O maior, com 24 rolos, representa 100% do orçamento e o menor, com 8, o que restou após a drástica redução, que impossibilita um funcionamento adequado do BC.

A direção do Banco Central precisa atentar para a luta contínua que travamos pela valorização do serviço público (tema utilizado inclusive em faixas como a que se colocou sobre a porta de entrada do prédio),  para que seja feito com qualidade e atenda aquilo que a sociedade espera do Órgão, o cumprimento da sua missão.

Para colaborar com o BC no esforço de economizar energia elétrica, a assembleia aprovou, por consenso, a proposta de os servidores desligarem seu computador de trabalho por uma ou duas horas.

Finalizando a assembleia/ato de repúdio, solicitou-se à diretoria do BC a urgente revisão dos cortes.

AGRE de 04 09 2013 023 EDITADA 600x

AGRE de 04 09 2013 044 EDITADA 600x

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