Edição 549 - 25/01/2016

A independência do Banco Central mais uma vez


A independência do Banco Central é assunto que sempre entra em discussão quando se fala em combate à inflação. É assunto superado em todo o mundo, que adotou de uma forma ou de outra algum grau de independência e autonomia do Banco Central para o trato da moeda. A incompatibilidade temporal entre os efeitos das medidas de política monetária adotadas pelos bancos centrais e os mandatos eletivos dos governantes levou uma série de países a concederem independência aos órgãos que buscam a estabilidade de preços.

Existe uma série de estudos que mostram não só que países que têm bancos centrais independentes têm preços mais estáveis, como também praticam taxas de juros mais baixas. Esse último aspecto tem a ver com a credibilidade dos bancos centrais. Bancos centrais independentes costumam ter mais credibilidade nas suas ações. Os sinais que emitem por meio de comunicados e variações de juros são bem compreendidos e aceitos pela sociedade e pelos formadores de preços. Não precisam aumentar tanto os juros para controlarem a inflação.

O Brasil tem, continuamente, rejeitado essa independência. Os governantes, independentemente de ideologia, preferem ter o Banco Central do Brasil sob seu controle. Ao fazerem isso, submetem a estabilidade de preços aos seus interesses de curto prazo.Não é à toa que o Brasil é um dos países com maior inflação e taxa de juros no mundo. O preço maior é pago pela população brasileira, em especial pela população mais pobre, que vê sua capacidade de se manter sendo destruída a todo momento. Mas também perdem os empreendedores, que acabam encontrando taxas de juros mais altas para financiar seus negócios.

Os servidores do Banco Central do Brasil têm, em sua maioria, se mostrado favoráveis à independência do Banco Central. Sabem que isso facilita o cumprimento de sua missão de assegurar o poder de compra da moeda e garantir um sistema financeiro sólido e eficiente. Esse assunto já foi objeto de deliberação em Assembleia Nacional Deliberativa do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco em 2010.

O Sinal-DF não julga os acontecimentos recentes pela decisão técnica tomada pelos seus dirigentes. As decisões do Copom são sempre embasadas por trabalhos de análise e prospecção da melhor qualidade, realizada por servidores extremamente qualificados dessa instituição. Em vários momentos da história, como na crise de 2008, bancos centrais independentes decidiram acertadamente baixar juros em um momento em que a inflação de seus países estava em ascensão, diante de um prognóstico de acerto de preços por redução esperada no nível de atividade.

O problema na visão do Sinal-DF é a fragilidade de qualquer decisão tomada diante do fato de que não temos independência. Nessa hora, toda especulação se torna factível e as decisões do Banco Central do Brasil se fragilizam ou perdem efeito diante do noticiário e não dos fatos e análises econômicas. Se o Banco Central do Brasil fosse independente, suas decisões não seriam questionadas e o objetivo da estabilidade de preços seria alcançado a um custo menor para a sociedade. Com um BC atuando sem autonomia assegurada legalmente, os prejudicados são todos os brasileiros, em especial os menos afortunados.

Por isso, o Sinal-DF, como representante dos servidores do Banco Central em Brasília, faz questão, neste momento, de lembrar a todos a importância de se ter um Banco Central independente e lamenta o infortúnio e as dificuldades advindas do fato de o Brasil ainda não ter alcançado essa evolução institucional.

Novo convênio

O Sinal-DF firmou novo convênio, desta vez com a empresa BRIX Restauracar Ltda, especializada em serviços de estética automotiva, dentre esses e lavagem ecológica de automóveis. A empresa adota como filosofia de trabalho a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais do planeta. Veja o vídeo com a apresentação. A empresa está localizada no Setor de Indústrias Gráficas SIG Q.3, Bloco H, PcL (veja mapa), fone 3344-1164, ao lado do posto Cascol – BR, e garante carona para seus clientes num determinado perímetro urbano em Brasília, incluído o SBS, Ed. Sede do Banco Central.

Rita Girão Guimarães
Presidente do Conselho Regional do Sinal
Seção Regional Brasília

1.502 filiados em Brasília

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