Edição 09.09.2025

Mensagem do Sinal/RS ao GTI Diversidade e ao Dirad

Recentemente, o Banco Central implantou o grupo de trabalho interdepartamental GTI Diversidade, voltado à promoção da diversidade, equidade e inclusão no âmbito interno à instituição.

O Conselho Regional do Sinal/RS, na qualidade de representante dos servidores lotados no Rio Grande do Sul, entendeu necessário manifestar-se. Abaixo, a mensagem enviada ao GTI na data de ontem:

“Prezados Colegas, 

O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central, seção regional de Porto Alegre – Sinal/RS – cumprimenta os servidores designados para a composição do grupo de trabalho interdepartamental GTI Diversidade, voltado à promoção da diversidade, equidade e inclusão no âmbito do Banco Central do Brasil. 

Consideramos a iniciativa de grande relevância para a instituição, tendo em vista a persistente desigualdade em nosso País e a necessidade do estabelecimento de políticas institucionais para a promoção da cidadania plena a grupos socialmente minorizados. Enfrentar a discriminação, o preconceito e a exclusão em razão de raça, classe, gênero, orientação sexual, deficiência, idade e outros é tarefa inadiável.

Infelizmente, o atual contexto do Banco Central traz preocupações e desafios no que diz respeito ao clima organizacional e à coesão entre servidores. A PEC 65/2023 provocou cisões e clivagens, com impactos na vida de todos que compõem a categoria, gerando incerteza sobre o futuro profissional, pessoal e da própria instituição.

De acordo com o propagado pela Diretoria Colegiada (DC), e com base no texto da proposta, em caso de aprovação, os servidores que não optarem pela migração ao “novo BC” permaneceriam em exercício no Banco Central, ainda que sem vínculo funcional com o local de trabalho, situação com grande potencial de conflito e judicializações. Isso aflige a todos.

O destino dado como “solução” para os servidores inativos – aposentados – é particularmente cruel, pois a eles nem mesmo é oferecida a possibilidade de migração. De acordo com o exposto pela DC, os aposentados serão compulsoriamente movidos para uma “carreira congênere” (conceito juridicamente inexistente), perdendo o vínculo com a instituição que ajudaram a construir e da qual possuem muito orgulho.

Para além das repercussões na saúde física e emocional, os colegas aposentados passaram a ser alvo constante de manifestações etaristas por parte de servidores da ativa, inclusive em espaços institucionais – Cafezinho, por exemplo, dos quais não participam, o que lhes impede de se contrapor e se defender. Da mesma forma, servidores sindicalizados são ridicularizados constantemente, caracterizando, não raro, atitudes antissindicais. As divergências em relação à PEC 65 escalaram para agressões frequentes entre colegas nos vários ambientes do Banco Central.

Assim, certos de que as atividades deste grupo de trabalho possuem o objetivo de contribuir para fazer o Banco Central vivenciar sua diversidade interna de modo saudável e produtivo, onde a experiência dos que passaram se une à renovação dos que virão, oferecemos as linhas acima para que sejam consideradas em suas deliberações.

Atenciosamente,

Fernanda Nedwed Machado
Presidente do Sinal/RS”

Encaminhamos a mensagem ao Diretor de Administração, Sr. Rodrigo Teixeira, ressaltando nossa preocupação com a escalada da agressividade entre colegas. Sugerimos a adoção, pela Diretoria, de medidas destinadas a impor urbanidade nas manifestações e a arrefecer os ânimos internamente, os quais atingiram patamares inaceitáveis, altamente prejudiciais à produtividade e à saúde dos todos nós.

O grupo de trabalho está aberto a sugestões de colegas, pelo endereço gtidiversidade@bcb.gov.br.

Porto Alegre, 09 de setembro de 2025.

Conselho Regional
SINAL – Seção Regional de Porto Alegre

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