O Sindicato não me representa porque eu não participo. Ou eu não participo porque ele não me representa?

Sinal-DF Informa de 10/08/2015

Estamos em plena campanha salarial, quase na reta final, e apesar do chamamento do Sindicato, não só a mobilização bem como a participação nas assembleias vem se reduzindo. Desconsiderando até mesmo o reforço da Diretoria do Banco Central, que conforme comunicação da Comissão Estratégica do BC, enviada a todos os servidores: “A recomendação foi no sentido de que os Chefes de Unidade dessem amplas condições para que os servidores participassem livremente das assembleias”

Na última assembleia tivemos 114 assinantes na lista de presença, mas no momento da votação, só uns 60 presentes, isso contados ao final, pois no início só havia uns 20 servidores. Diante desse quadro os representantes do SintBacen e Sindsep acharam que era mais importante, naquele momento, colocar em votação o comando das assembleias. Proposta que foi retirada depois de muita discussão.

Depois de disputas infrutíferas encaminhei o indicativo nacional de paralisação de meio período com participação na marcha dos Servidores Públicos. A maioria dos presentes em Brasília votou contra. Mas essa maioria era muito pouquinho. Nacionalmente venceu o indicativo proposto, por uns 300 votos. Cumprimos o decidido em assembleia sob as críticas que apareciam nas redes. Mas se o servidor de Brasília tivesse participado da assembleia e feito valer sua vontade, a história seria diferente. Afinal quantos servidores temos? Por que nunca mais encontramos nossos famosos redatores das redes nas assembleias?

O ônus da democracia é a participação, eu também não gosto de assistir horário eleitoral, nem de perder parte do feriado para votar. Mas, se não participar de forma responsável, de que adianta e qual eficácia terá ficar batendo panela na janela? Da mesma forma, assembleia é um saco, mas nós do sindicato só temos mandato para trabalhar pelo o que é decidido pela base.

Entre PECs da AGU e PL do judiciário, a única certeza que temos mesmo é o reajuste proposto pelo governo de 21,3 %. Que, a semelhança do último 5 5 5, irá beneficiar os “com” e os “sem” PEC. Mesmo para o judiciário, que negocia reajuste maior, o que não seria tão injusto já que estão defasados há mais tempo.

Aproveito para destacar que o Sinal, de forma involuntária, acabou exercendo certa liderança no Fórum dos Servidores Públicos. Nossa presença é fundamental tanto no cálculo dos índices de reajuste, quanto nas argumentações na mesa de negociação. E tenho convicção que nossa influência foi decisiva: na apresentação do índice tão antecipadamente; na composição do índice apresentado para 2016 (é sabido que Levy queria “conceder”0% em 2016); na melhoria que já ocorreu, com a apresentação dos benefícios e na melhoria que, acredito, ainda há de vir. O Sergio Mendonça prometeu aos representantes da Fasubra que encabeçaram a marcha da semana passada, que apresentaria proposta no próximo 17 de agosto.

Sobre as carreiras que brigam pelas PECs que vinculam o salário ao do ministro do Supremo, nosso ponto forte é que, diferente das outras PECs na nossa (147A) só servidores federais – BC, Susep, CVM e Previc. As outras também agregam estados e municípios e ficam dependendo da votação da PEC 172, que trata dos repasses. Mas nosso ponto fraco é nossa desmobilização. Os servidores que estão na 443, estão muito mobilizados, fazem paralisações, estão diuturnamente no Congresso e os comissionados entregando comissões, como o fizeram nossos procuradores. E nós, o que estamos dispostos a fazer? Ficamos cada um cobrando do outro o que não estamos dispostos a fazer. Fica o servidor cobrando do Sinal, o Sinal cobrando da Diretoria, a Diretoria cobrando dos chefes, os chefes dos comissionados e ninguém faz nada…

A próxima assembleia será amanhã. Compareça, traga suas propostas. Vamos debater. Vamos nos comprometer.

Rita Girão Guimarães
Presidente do Conselho Regional do Sinal
Seção Regional Brasília

1.557 filiados em Brasília