Edição 467 - 13/10/2005

ORGULHO E ADMIRAÇÃO AO PÉ DA LAREIRA

ORGULHO E ADMIRAÇÃO AO PÉ DA LAREIRA

Passados 25 dias de greve no Banco Central, com forte e crescente adesão do funcionalismo, tornou-se evidente que greve é sacrifício e muito trabalho.

Todos que corajosamente vêm construindo nosso tão bem-sucedido movimento grevista estão de parabéns, por mostrarem incansável maturidade, força e, sobretudo, desprendimento, posto que, momentaneamente, abrem mão da segurança e da tranqüilidade em nome de um benefício coletivo maior: o merecido e sonhado PCS, digno de nosso preparo e de nossas responsabilidades.

Não obstante, pequena parcela lotada em “departamentos-fim” e, portanto, essenciais à condução da política monetária e ao funcionamento do Sistema Financeiro Nacional, tais como o Mecir e o Depep em São Paulo, vem exibindo postura opositora à vontade da categoria, na medida em que continuam atendendo – não à população, é bom frisar – aos grandes interesses do mercado financeiro. Agindo dessa forma, sabotam o esforço envidado por milhares de colegas que, ao abraçarem a greve, vêm inclusive sacrificando o bem-estar de suas famílias, já que nossa greve foi laureada, estrategicamente, com o desconto “em folha”.   

Queremos lembrar que a única forma de fazermos valer nossos direitos e anseios frente ao Governo é por meio do corporativismo, e que o fórum adequado para decidirmos os rumos do movimento é a Assembléia, na qual se votou pela GREVE POR TEMPO INDETERMINADO!

Entretanto, a postura fugidia de se “furar” a maior greve da história do Banco Central, e de se esconder nos “rincões” do BC, sugere um intuito oportunista de se destacar em detrimento dos colegas em greve, o que é inaceitável. Àqueles que continuam trabalhando, lançamos as perguntas: “O nosso reajuste salarial não é merecido?”, “É justo receber o PCS sem se incomodar, se chatear, se ‘estressar’?”.

Lembrem-se que o que está em jogo não é apenas a mera manutenção do poder aquisitivo, mas, sobretudo, nossa dignidade. Façam as escolhas que depois, ao serem contadas aos netos ao pé da lareira, sejam motivo de orgulho e admiração!

Conselho Regional do SINAL-SP

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