BOCA LIVRE – Ideia, crítica & debate – nº 6, de 24.5.10: Mexer, só se for para melhorar
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EDITORIAL O sistema eletivo do Sinal é um assunto que retorna hoje ao Boca Livre. A edição nº 3, de 28/4/10, tratou do tema sobre outro ponto de vista. Vale a pena comparar. Opiniões diversas são sempre bem-vindas, especialmente em caso como este, em que os filiados serão chamados oportunamente para se manifestarem em plebiscito nacional. Assinam o texto os filiados e, também, conselheiros do Sinal-SP Cassiano Monteoliva Peinado [DECAP/GTSPA], Cassio Roberto Leite Netto [DESIG/DIRIC], Daro Marcos Piffer [DESUP/DESP2], Eduardo Stalin Silva [DECAP/GTSPA] e Paulo Lino Gonçalves [MECIR/GTSPA]. Boa leitura! |
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MEXER, SÓ SE FOR PARA MELHORAR O Sinal tem uma estrutura singular, à qual reputamos o grande sucesso obtido nas diversas reivindicações e negociações nos seus 21 anos de história. O Sinal é um sindicato nacional formado por regionais. É na regional que se dá o contato diuturno do Sinal com seus filiados, e vice-versa. As regionais são independentes, mas não são autossuficientes. Conjuntamente, elas se integram em uma estrutura federativa nacional. Ou seja, é um sindicato único, nacional, mas umbilicalmente ligado às regionais, de forma que as regionais são impotentes sem a nacional e a nacional é inoperante sem as regionais. Esta estrutura permite que sejam representados no sindicato todos os filões que formam o funcionalismo do Banco Central. Desse modo, convivem no Conselho Nacional direitistas, esquerdistas, petistas, tucanos, cutistas, apartidários, analistas, técnicos, sauros, fraldas, celetistas, neoliberais, conservadores, estatistas e assim por diante. Esta mescla permite que as decisões tomadas pelo Conselho sejam amplamente debatidas e livres de qualquer viés. Hoje, os Conselhos Regionais – eleitos pelo voto direto – indicam seus representantes, na proporção do número de filiados, para constituir o Conselho Nacional que, por sua vez, elege, entre todos os conselheiros, o seu presidente e a sua diretoria executiva. Ou seja, o presidente e a diretoria não são independentes, eles são eleitos para executar as decisões emanadas do Conselho Nacional. O Conselho, constituído por representantes de todas as regionais, é o órgão responsável por traçar a linha mestra de atuação do sindicato em consonância com as decisões da Assembleia Nacional Deliberativa do Sinal – AND. Uma estrutura de sucesso comprovado, sob todos os aspectos! Precisa mudar? Se for para melhor, nada a opor; porém, a nosso ver, não resulta em melhoria a proposta de voto direto para o presidente e alguns membros da diretoria. O primeiro efeito nefasto que vemos nessa proposta é a desvinculação da diretoria executiva do Conselho Nacional. Uma diretoria com perfil ideológico próprio, destoante do pensamento do colegiado, vai gerar o impasse, uma vez que, estatutariamente, quem tem o poder é o Conselho e não a diretoria, que é apenas "executiva": executa as diretrizes emanadas do Conselho. A opção por alguns dirigentes nacionais eleitos à parte dos membros do Conselho Nacional poderá conduzir o Sinal a uma duplicidade de comando, o que normalmente acarreta conflitos insolúveis, que paralisam a organização e por vezes são levados ao Judiciário, lá se arrastando por longo tempo. Diferentemente do que pode acarretar essa opção de poderes paralelos e conflitantes, a estrutura atual do Sinal permite, sob a direção segura de um só órgão – o Conselho Nacional -, o provimento, sem problemas, de pessoas para todas as necessidades da entidade, como as diretorias executivas definidas em estatuto, ou alguma necessidade executiva adicional, ou ainda para um trabalho específico e essencial. Permite, também, sem maiores problemas, eliminar uma diretoria ou criar outras e, principalmente, substituir, sempre que necessário, o ocupante de qualquer função executiva, adaptando-se dinamicamente o corpo diretivo a todas as circunstâncias que envolvem a entidade. Temos, então, uma estrutura extremamente versátil e flexível que, ao fim e ao cabo, tem atendido, sempre com presteza e segurança, as demandas dos filiados e da categoria. Desnecessário, portanto, alterar o sistema eletivo do Sinal. Melhor mantê-lo como é e seguir garantindo, consequentemente, o bom atendimento dos interesses dos servidores da casa e construindo a grandiosa história de nosso sindicato. Mudar para piorar? NÃO! Cassiano Monteoliva Peinado Cassio Roberto Leito Netto Daro Marcos Piffer Eduardo Stalin Silva Paulo Lino Gonçalves |
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ESPAÇO DO LEITOR Com relação ao texto de Idalvo Cavalcanti Toscano, publicado no Boca Livre nº 4, de 18/5/10, o filiado Waldemir Bargieri (Aposentado/SP) escreveu a seguinte nota: "Idalvo, Que bom lê-lo em grande forma. Ainda hoje eu comentava, com amigos, que o complexo industrial-militar* ia fazer de tudo pra não deixar vingar o acordo iraniano mediado pela diplomacia brasileira. Pra quem se vai vender armamento se não houver o eixo do mal? *expressão reconhecida de pronto apenas pelos sexagenários como nós, mas certamente ao alcance da compreensão dos demais leitores…" |
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PALAVRAS FINAIS Você tem algo a acrescentar ou uma opinião diferente sobre o assunto? Você gostaria de escrever sobre outro tema? Sua opinião é valiosa e poderá ser publicada em próximo boletim. Os textos para o BOCA LIVRE deverão ser encaminhados para o email sinalsp@sinal.org.br, com o nome completo do autor, matrícula e telefone(s) para contato. |
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