Edição 0 - 23/06/2010

BOCA LIVRE – Ideia, crítica & debate – nº 10, de 23.6.10: Perguntar não ofende. Quem ganha?

 

 

BOCA LIVRE

Ideia, crítica & debate                 

São Paulo, 23 de junho de 2010 – nº  10

 

EDITORIAL

Cleide Napoleão, inspirada no texto de Idalvo Toscano, publicado no  Boca Livre nº 9, de 21/6/10, apresenta aqui suas considerações e questionamentos sobre o "nosso louco quebra-cabeça econômico". Vale a pena conferir.

A autora (aposentada/SP) é filiada e, também, conselheira do Sinal. 

Boa leitura!

PERGUNTAR NÃO OFENDE. QUEM GANHA?

Tendo em vista a matéria recentemente publicada onde previdência e juros são enfocados, envio mais esta peça, para nosso louco quebra-cabeça econômico.

O umbigo é mais embaixo.

Pois debaixo das últimas altas dos juros está a previsível saída do atual presidente do BC e a entrada de outro. Sabe-se lá se o próximo continuará com estes generosos aumentos das taxas. Na dúvida, não mais 0,25% de aumento. Melhor tascar logo 0,75% de uma vez. Daqui a 40 dias tem mais…

Quem está ganhando com tal política monetária de aumentar juros e estender o prazo creditício? (já vimos no que deu o endividamento crescente, lá nos EUA. E com aquelas taxinhas…)

Não ganha a tese da autonomia do BC, pois ela é dada como já existente e as antipáticas altas de juros como de exclusiva alçada do BC.

E daí que o Ministro autoridade monetária tem este desprendimento nem sempre aplaudido pelo Ministro da Fazenda. Ou serão tais querelas meros simulacros, jogo de cena?

Serão os cabeças do poder executivo, assim como os políticos, farinha do mesmo saco e nós apenas plateia para ilusionistas?

Quem ganha com as mais de 50 taxas dos cartões de crédito?

Quem ganhou com o estímulo ao consumo de veículos, além dos congestionamentos?

Quem ganha com a isenção de pagamento de contribuição patronal previdenciária dos produtores agro-industriais exportadores?

Decerto não os servidores, já que a gritaria regiamente paga contra a PEC 555/06 já começa e espocar aqui e ali e a política de confisco previdenciário está já encomendada, prometida e engendrada na próxima reforma.

– Ah!… "- A balança comercial!".

E ao mercado interno resta a crescente carestia dos alimentos…. Haja celeiro do mundo!… A eles, os melhores tomates! A nós, o suco vermelho, com conservante, dentro de caixinhas que roubam as florestas e a qualidade do ar. Mas quem liga para o que não se pode ver? Se pudermos ver, comprar e jogar fora uma embalagem bonita, porque vamos nos importar com a qualidade do ar? E com as cada vez mais distantes florestas?

Aos macacos, a preocupação com as florestas. A nós, a flexibilização do código florestal. Aquele filme é bom, o Planeta dos Macacos.

E assim seguem, antipáticas, as políticas fiscal e creditícia "parecendo" orfãs, já que ninguém reclama-lhes a paternidade.

E foi um parto difícil esse 7,7% de aumento para os aposentados pelo INSS, enquanto que os juros nasceram gordinhos, sem precisar nem de anestesia.

Mas o Pré-Sal está ai, esperando-se que segure todas (as barras), como a seleção brasileira, na copa. E falando nisto, quem será que vai ganhar com o Pré-Sal?

A plateia pode escolher entre ser passiva ou agente. Mas torcer é mais fácil do que jogar.

Será por isso que jogador da seleção de futebol ganha tão bem?

Cleide Napoleão

PALAVRAS FINAIS

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