Edição 33 - 21/09/2010

BOCA LIVRE – Ideia, crítica & debate – nº 13, de 21.9.10: SOS – Ar de São Paulo / Entre gatos

 

 

BOCA LIVRE

Ideia, crítica & debate                 

São Paulo, 21 de setembro de 2010 – nº  13

 

EDITORIAL

No boletim de hoje, Cleide Napoleão, aposentada e Conselheira do Sinal-SP, convida os colegas para participarem do abaixo-assinado que será entregue pelo Movimento Nossa São Paulo para a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), em 22/9/10, quando se comemora o Dia Mundial Sem Carro.

A colega aposentada Vera Maria Barbosa, que, tal como Cleide, participa do GT-PASBC-SP, contribui com relato sobre a triste situação dos animais abandonados nas ruas. Diz ela que os dois no texto foram os primeiros a serem adotados; depois vieram Vitor, que é cego de um olho e Foguete, seu hiperativo irmão.

Boa leitura!

SOS – AR DE SÃO PAULO!

Segundo o Movimento Nossa São Paulo, cerca de 1.300 assinaturas já foram reunidas no abaixo-assinado para a Cetesb adotar, em São Paulo, o padrão da Organização Mundial de Saúde (OMS) de classificação da qualidade do ar.

Se você quiser participar (pessoa física), apresse-se, pois a entrega do abaixo-assinado ao presidente da Cetesb se dará às 11h desta quarta-feira, dia 22/9.

Cleide Napoleão

ENTRE GATOS

– Oi, eu me chamo Michel, e você?

– Bem, antes não me chamavam, pelo contrário, me mandavam embora. Agora minha dona me chama de Homero, já acostumei. Legal aqui, né? De onde você veio?

– Legal meeeesmo! De onde vim? Não quero nem lembrar. Chamavam o lugar de favela, eu vivia sujo, cheio de pulgas, vermes, e tinha que brigar muito por comida e para me defender; não tinha onde dormir, nem o que comer direito, nem mesmo água limpa.

– Nossa! E aí?

– Aí tinha de me virar; às vezes alguém passava, me dava um pouquinho de comida, me fazia um cafunezinho e ia embora. Mas a maioria me enxotava, às vezes me davam pontapés.

– Triste! Meu caso não é muito diferente. Eu vivia era na rua mesmo, vagando, pedindo comida, bebendo a água das poças da calçada. Era muito perigoso, podia ser atropelado, tomava chuva, sentia muito frio… e ainda era um filhotinho!

– Bem vamos esquecer tudo isso. Agora estamos aqui, limpinhos, saudáveis, temos comida e água à vontade, nossa dona dá remédios quando precisamos e faz muitos cafunés deliciosos. Quando ela pára, eu olho pra ela, dou uma miadinha com o olhar pidão e ela faz mais um pouquinho.

– Ela sai muito, mas sempre volta, então acho que podemos confiar que não seremos abandonados.

– É, tivemos muita sorte de ser adotados. Muitos ainda continuam na mesma situação que estávamos, sem perspectivas de vida! Eu tive mais sorte ainda, porque já estou velho, e muitos só gostam de adotar filhotinhos.

– É, foi o meu caso, ninguém resiste a um "pacotinho" que quase cabe na mão. Agora vamos brincar um pouquinho?

– Ah não, vamos dormir.

– Não. Vamos aproveitar que a "mãe" saiu e arranhar aquele sofá que ela adora?

– Tá bom, mas só um pouquinho. Estou com um sono…

Vera Barbosa

PALAVRAS FINAIS

Você tem algo a acrescentar ou uma opinião diferente sobre o(s) assunto(s)? Você gostaria de escrever sobre outro tema? Sua opinião é valiosa e poderá ser publicada em próximo boletim.

Os textos para publicação no BOCA LIVRE devem ser inéditos e remetidos para o e-mail sinalsp@sinal.org.br, com o nome completo do(s) autor(es), matrícula e telefone(s) para contato.

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