BOCA PAULISTA ELETRÔNICO nº 30, de 3.2.11: O governo que se inicia e a luta que continua
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O governo que se inicia e a luta que continua Em outubro do ano passado, os brasileiros ratificaram o caminho a seguir. Após anos de crescimento econômico, do consumo das famílias, do emprego e da renda, do “efeito marolinha” da crise financeira global, tudo comandado por um operário industrial, um novo paradigma foi quebrado: Dilma Rousseff foi empossada como a primeira mulher a presidir o Brasil. Para continuar e superar os feitos até então alcançados. Nas próprias palavras da presidenta, superar a miséria, não somente eliminar a fome. Como de praxe, o projeto derrotado de Estado mínimo não se deu por vencido e, com amplo apoio midiático, se esforça por conduzir o novo governo numa direção oposta à que lhe deu a vitória nas urnas. Alguns têm se impressionado com isso a ponto de lhes fazer coro. Não é em outro quadro que se situa a discussão sobre o novo valor do salário mínimo, cujo poder de compra vinha sendo continuamente recuperado. O Sinal-SP apóia o valor de R$ 580,00, proposto pelas Centrais Sindicais. É fácil saber o porquê. Encontramo-nos no limiar da nova campanha salarial dos servidores do Banco Central, a primeira sob a nova Administração. A proposta que será submetida ainda este mês à categoria envolve subsídios no topo do Executivo, para analistas e procuradores, e 70% desse valor para os técnicos. Qual é a política de Estado que mais favorece o nosso pleito? O desenvolvimento econômico e fortalecimento do Estado, ou a contenção de gastos públicos? Certamente a primeira. Em qual situação nossos pleitos encontrarão mais guarida social? Em um ambiente de crescimento do consumo, da produção e dos salários em geral, ou naquele em que os salários são contidos e os brasileiros ficam mais pobres? Também a primeira, certamente. Para isso é preciso crescer todos os salários, a começar pelo mínimo, induzindo a continuidade do ciclo de aumento da produção, da circulação de mercadorias e da arrecadação de tributos. Na reunião ocorrida com as centrais sindicais, no último dia 26/1 (*), o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, embora tentasse desvincular a discussão do salário mínimo da correção da tabela do IR, garantindo que são dois temas diferentes, deixou claro esse vínculo quando disse aos sindicalistas que seria necessário resolver primeiro o valor do mínimo, para depois ver quanto sobraria para corrigir a tabela. O Sinal-SP entende que não tem cabimento tal postura do governo. A correção da tabela corresponde apenas à manutenção da renda do trabalho de milhões de brasileiros, para que uma parte dessa renda não seja confiscada pelo mecanismo fiscal, alimentando, entre outras rubricas, o superávit primário. É dever de ofício, é questão de justiça. Tem que ser feita junto com a valorização dos salários, sem vinculação de um assunto com o outro. O Sinal-SP apóia o estabelecimento de uma política de correção da tabela do IR por índices superiores à inflação, de modo a repor o prejuízo causado na época em que não havia reajustes. São duas bandeiras que interessam a dezenas de milhões de brasileiros – nós entre eles, que nos ajudarão a pavimentar o caminho para o fortalecimento das nossas próprias carreiras, rumo ao topo do Executivo. (*) Nova rodada de discussões entre as centrais e o governo ocorrerá nesta sexta-feira, dia 4/2, em Brasília. Conselho Regional do Sinal-SP |
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