Edição 80 - 08/06/2012

Denúncia de agressão física e ameaças de outras

 

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Sinal-DF Informa de 08 de junho de 2012

 

Denúncia de agressão física e ameaças de outras


Prezados Servidores (as) do Banco Central em Brasília,

Escrevo-lhes para reportar a agressão física que sofri e as ameaças de sofrer mais agressões pelo presidente do SintBacen, Antônio Rego de Abreu, conhecido como Maranhão.


O agressor, dispensando argumentos verbais, chegou às vias de fato em discussão sobre a participação dos servidores do Banco Central em audiência pública que a Comissão do Trabalho, Administração e Serviço Público – CTASP convocou para defender nossa negociação salarial.


Tudo ocorreu porque o Presidente do SintBacen é contra a participação dos servidores do BACEN na audiência pública, o que, no meu entender, vai contra os interesses de nossa categoria e se constitui um ato de cinismo.

Em resumo, estávamos presentes no encontro Sinal, Sindifisco, Sinait, Anfip Peritos da PF e SintBacen. Decidiu-se que o Sindifisco falaria pelo subgrupo dos fiscais, os delegados da Polícia Federal pelo subgrupo da PF, a Unafe pela AGU e eu insisti para que o Sinal ou alguém do Banco Central falasse pelo subgrupo do núcleo financeiro (BCB, CVM e Susep) e de gestão (gestores, tesouro e orçamento) do qual fazemos parte. O Maranhão interveio dizendo que não seria bom um representante do Sinal, nem do BCB e propôs os gestores ou a Unacon para representar nosso subgrupo. Eu repliquei que nem gestores nem a Unacon estavam presentes e que o Banco Central era a única categoria naquela reunião e deveria falar em nome do subgrupo. Maranhão replicou dizendo que o Banco Central não era representativo de nosso subgrupo e que quem melhor representava era a Unacon. Embora eu tenha insistido mais algumas vezes pela participação de um representante dos servidores do Banco Central, a argumentação contrária do Maranhão levou o dep. Sebastião Bala a optar por não colocar um representante do Banco Central e deixar que o subgrupo decida depois.

Esperei sairmos da reunião e a sós interpelei verbalmente o Maranhão sobre o porque dele preferir uma pessoa de outra carreira para falar em nome de nosso subgrupo, a ver o Sinal defender a posição do subgrupo. Disse a ele que era coisa de safado (cínico, destemperado, descarado, segundo o Aurélio). Ele disse respondeu que eu não sabia fazer política, que a Unacon representava melhor o interesse do subgrupo. Maranhão prefere ressaltar a participação de outras entidades a ver o Sinal defender os servidores do Banco Central. E depois vem nas assembleias falar em união. Para mim isto não é união, é cinismo.

Afastei-me, pois ainda precisava falar com o deputado Amauri sobre a PEC 147. Mas o Maranhão insistiu na discussão, até que o vice-presidente do Sinait comentou que não era possível estivéssemos discutindo. Mais uma vez me afastei para ir procurar o dep. Amauri, mas fui seguido pelo Maranhão que começou a ameaçar que quebraria minha cara se eu o chamasse de safado. Pegou meu braço com força e, como resposta ao apelo para que me soltasse ele apertou mais ainda, repetindo a ameaça e adicionando que eu não era homem para chama-lo de safado. Eu ponderarei que não o chamaria de safado, mas que o que ele tinha feito era uma safadeza. Não sei se levei um murro ou uma cabeçada, absolutamente desprevenido para o ato de violência do presidente do SintBacen, só vi o sangue escorrendo da minha boca. Liguei para nosso assessor e pedi que trouxesse um policial e corri para a entrada do anexo II buscando um segurança pois queria fazer uma denuncia.

Na delegacia, o presidente do SintBacen inverteu os papeis, disse que o agressor era eu, retorceu os próprio óculos e disse que me feri propositadamente com as próprias unhas, mas não se conteve e renovou a ameaça de quebrar minha cara na frente dos policiais.

Por recomendação da delegacia fui ao IML fazer exame de corpo delito. O médico do IML me informou que o presidente do SintBacen será acionado penalmente pelo poder público pela agressão, pois sua ação se constitui de crime penal.

Estou providenciando junto à segurança da Câmara uma cópia da filmagem do ocorrido.

Prezados servidores (as), política para mim é a arte da conversar, do convencer, da buscar de encontros no meio de desencontros. Envolve desentendimentos e confrontos de ideias. Mas deve ser para seres humanos civilizados, por isto me candidatei ao Sinal, por que acredito na nobreza da representação política. Não entrei para agir como um selvagem e viver de ameaças e agressões físicas. Decidir desavenças políticas dessa forma não é para seres humanos, com certeza não é para um funcionário de carreira de Estado, muito menos para um servidor do Banco Central.

Eu me recuso a trabalhar com pessoas com o comportamento do presidente do SintBacen. Por isso, pessoalmente não participarei de assembleias conjuntas com o SintBacen. Reafirmo meu compromisso com os servidores do Banco Central e com o mandato sindical que me foi outorgado. Na defesa do interesse dos servidores do Banco Central não me deixarei intimidar por ameaças e agressões físicas.

Atenciosamente,

José Ricardo
Presidente do Sinal-DF


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