Edição 67 - 11/06/2012

CAMPANHA SALARIAL: Entenda o que está acontecendo

Os servidores do Banco Central participam de duas mesas de negociação através de seus sindicatos. A primeira é a mesa composta por 32 entidades representativas, onde participa quase todo o funcionalismo. Este grupo de servidores decretou greve a partir do dia 18 de junho.

A segunda mesa de negociação que os servidores do BC participam é formada pelas carreiras de Estado referentes ao núcleo financeiro e às carreiras do ciclo de gestão. Esta aprovou um indicativo de assembleia e possível paralização também a partir do dia 18 de junho. No entanto não há consenso sobre de que forma estas carreiras de Estado promoverão estas paralisações neste momento.

Essa mesa de negociação está inserida com as demais 19 entidades representativas das carreiras de Estado. Todas estão cientes de que é preciso mobilizar os servidores para forçar o governo a estancar a decomposição salarial, advinda do processo inflacionário. Todas as entidades também percebem que o sentimento de indignação dos servidores frente ao congelamento salarial está crescendo. A perspectiva de ficarem mais alguns anos sem correção tem amedrontado os servidores públicos, que pagam despesas sempre crescentes nos últimos anos, sem mudança no nível de seus salários.

Mas o momento exato de paralisação e de que forma que ela se dará ainda exige entendimento no grupo.

Se por um lado Receita e alguns outros sindicatos sinalizam com operação padrão já a partir do dia 18 de junho, a maioria das outras categorias ainda debatem se deve-se partir para um movimento paredista agora, ou se deve-se investir na mobilização com paralisações pontuais, como as que vêm sendo feitas no âmbito do BCB desde início de maio.

O Sinal-DF tem se posicionado ao lado dos sindicatos que preferem seguir engrossando a mobilização pontual dos servidores, ao passo que investe na sensibilização da alta administração do Banco Central para que esta se posicione ao lado de seus funcionários, tanto no estancamento da sangria de inflação não reposta, como na necessidade de equiparação do nível salarial dos servidores do Banco Central com aquele alcançado pelas carreiras congêneres, notadamente a Receita Federal.

Não há dúvida na justeza das reinvindicações dos servidores do Banco Central e na importância de atendê-las. O que está em questão é a estratégia para alcança-las. Esse ponto deve ser avaliado pelo servidor do Banco Central na Assembleia Geral Nacional a ser convocada pelo Sinal, levando em consideração as respostas dadas pelo MPOG no encontro do dia 13 e a evolução do processo de mobilização das demais carreiras de Estado, que será avaliado em conjunto no dia 15 de junho.

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