Edição 68 - 22/06/2012

Servidores do Banco Central em Brasília decidem não paralisar agora, mas cobram do presidente do banco defesa de sua remuneração

Em assembleia tensa, devido aos atritos prévios entre os sindicatos de Brasília, cerca de 500 servidores do Banco Central em Brasília se reuniram em assembleia nesta segunda-feira, dia 18 de junho, para deliberar sobre o encaminhamento da mobilização em defesa da remuneração dos servidores da instituição.
 
Em função dos encaminhamentos da assembleia do dia 30, os servidores votaram e decidiram pela assembleia conjunta de todos os sindicatos participantes, sob a condução do Sinal-DF. Votaram também por uma grande mobilização dos servidores no dia 28 na frente do Ministério do Planejamento, junto com todas as outras carreiras de Estado.

Além disto, os servidores pediram que o presidente do Banco Central recebesse seus interlocutores para que exponham as demandas dos servidores nesta campanha salarial. No âmbito do Poder Judiciário, o presidente do Supremo tomou a defesa da recomposição salarial de seus servidores. A Secretaria da Receita já sinalizou que intercederá pela proteção da remuneração dos auditores fiscais e o ministro da Justiça defenderá a remuneração da Polícia Federal. Os servidores do Banco Central querem saber se contam com o mesmo tipo de apoio no comando da instituição a que servem.

Preocupa a muitos servidores o avançar das negociações sem nenhum sinal de proposta. Cansados da negociação salarial com o MPOG que se arrasta há quase dois anos sem nada de concreto e com a proximidade da data limite para o encaminhamento da Lei de Orçamento Anual, os servidores do Banco Central, assim como os servidores das outras carreiras de Estado, se sentem compelidos a uma ação mais forte para sensibilizar o governo de que não tem sentido congelar salários por tanto tempo.

Aos servidores do Banco Central agrega-se um dissabor adicional que é ver cristalizado o diferencial de salário entre as carreiras congêneres, como a Receita Federal e a AGU, que possuem um nível salarial acima daquele destinado aos servidores do BC. Tal disparidade  indica uma injustificada hierarquização entre estas carreiras, fazendo parecer que o trabalho desempenhado pelas duas primeiras é mais importante para a nação do que o serviço prestado pelo Banco Central do Brasil.

Embora cientes de sua responsabilidade, os servidores do Banco Central estão preocupados com o fato de que a diferença salarial entre as carreiras mencionadas não reflita a importância da missão das respectivas instituições, mas sua capacidade de mobilização. Por isso, os servidores do Banco Central já pensam em programar uma operação padrão, que dificulte as ações da instituição, sem caracterizar greve, e pedem ajuda aos sindicatos nesta tarefa.

O Sinal-DF levará essas reivindicações à administração e buscará, junto às lideranças dos servidores e das outras carreiras de Estado, identificar formas de pressionar o governo a compreender que negociação envolve diálogo e que propostas e ações que evitem a redução do poder de compra das carreiras de Estado são de interesse de toda a nação, pois garantem a qualidade dos serviços prestados.

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