Edição 69 - 02/07/2012

Negociação passa por Presidente do BCB e por Secretário Executivo do MPOG

 

Nessa data, enquanto ocorria a manifestação em frente ao MPOG na esplanada dos Ministérios, o Presidente do BC e seu staff se reuniram com dirigentes das três entidades sindicais no Ed. Sede do BC em Brasília.

Participaram da reunião pelo BC: Tombini, Altamir, Isaac Sidney, Feltrin e Geraldo Magela; pelo Sinal: Belsito e José Ricardo; pelo Sintbacen: Maranhão e Porto; e pelo Sindsep: Lourenço e Gilmar.

O Sinal expôs sua atuação desde o último acordo para a equiparação de tabelas com a Receita Federal e com o processo de modernização das carreiras, discorreu ainda sobre o cenário de negociação salarial com o governo, suas idas e vindas, e a sensação de pouca seriedade no trato com os representantes sindicais. Foi colocado que os servidores do BC não aceitam ver seus salários ficarem desgastados com a inflação ano após ano.

Os representantes do Sinal mostraram o desejo de ver concluídos os trabalhos do GT da litigiosidade, o tratamento da questão da retirada do processamento da folha de pagamentos para outro órgão e das questões das distorções internas. O Sinal propôs a criação de uma mesa permanente com a administração do Banco Central para tratar de temas não financeiros da campanha e problemas internos tais como mobilidade, fortalecimento das Regionais, PASBC, liberdade do exercício sindical, progressão funcional, dentre outros.

O presidente Alexandre Tombini se comprometeu a trabalhar dentro do governo para a equiparação das tabelas com a Receita Federal e para a modernização das carreiras. Aceitou a proposta de criar uma mesa de negociação no BC para tratar de uma pauta não financeira. Reafirmou a vontade do Banco Central de trazer a um fim satisfatório os trabalhos do GT da litigiosidade e pediu ao diretor Altamir para acompanhar a questão da folha de pagamento. Disse por fim que também está atento a questão da perda de poder de compra do salário dos servidores, mas chamou atenção de todos que em questão de política salarial, quem decidia era o Governo Federal e, em última instância a presidente da República.

Reunião com secretário-executivo adjunto do MPOG

Hoje, o secretário-executivo adjunto do MPOG, Valter Correia, acompanhado do secretário de Relações do Trabalho e de outros assessores, recebeu os presidentes e representantes das carreiras de Estado que estiveram ontem manifestando em frente do Ministério. Estiveram presentes representantes da Polícia Federal, da Receita Federal, da Advocacia Geral, da Defensoria Pública, da STN e CGU, do IPEA, do Itamaraty, das agencias reguladoras, entre outras carreiras. Pelo Sinal participaram o presidente Sérgio Belsito e o diretor José Ricardo.

Vários representantes tomaram a palavra para criticar a falta de proposta do governo e o início de operações padrão, principalmente na Receita, no Ministério do Trabalho, na AGU  na Defensoria. O animo dos servidores de carreiras de Estado está piorando em relação as negociações.

Pelo Sinal, Sérgio Belsito mostrou preocupação com a evolução das negociações no âmbito da SRT e José Ricardo fez duras críticas a atitude do Governo. O diretor do Sinal perguntou ao secretário Valter se o discurso de nove anos e meio significava que o atual governo tem a intenção de desgastar os salários do BCB ao nível que eles estavam no último mês do governo FHC, após oito anos de congelamento, se era esta a meta do atual governo. Disse ainda que se era para se olhar para salário real, que se olhasse para o momento em se inicia uma nova moeda no país, julho de 1994, data da implementação do Plano Real, plano que iniciou uma nova era na história do Brasil, quando finalmente vencemos o fantasma da inflação desenfreada, em que o BCB teve papel primordial.

Conforme explicou José Ricardo a Valter Correia, em 1994 o melhor salário do Banco Central estava 19% acima do melhor salário hoje. O diretor disse ainda que o setor privado vinha tendo aumentos reais nos últimos cinco anos e que os salários do BCB estavam congelados. O diretor do Sinal disse por fim que o governo reconhece a inflação ao reajustar a tabela do imposto de renda e questionou o secretário se ele gostaria de ver a qualidade e o tempo de dedicação destes servidores serem reduzidos de 5% a 6% para acompanhar a remuneração real.

O secretário disse que todas as carreiras eram importantes, que todos nós tivemos aumento real no governo Lula e que não podia responder por julho de 1994. Disse que o prazo de negociação era 31 de julho e que entendia que greves e operações padrão deveriam ser o último instrumento, quando as negociações não alcançassem nada. No que foi interpelado por algumas lideranças que lembraram a ele que a negociação se iniciou no ano passado e até hoje nada trouxe. Disse por fim que o governo não terminou o exame das matérias de correções e que quando terminasse a informação seria passada pelo secretário Sergio Mendonça.

Está marcada reunião de avaliação entre as entidades, mas o sentimento geral é de frustração e de que os servidores das carreiras de Estado precisam se preparar para pressionar de forma mais incisiva.

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