Edição 54 – 13/09/2017

PASBC: Continuando a pensar “fora da caixa”

 

No apito anterior iniciamos a discussão sobre modelos de gestão para o nosso Programa de saúde. Verificamos que a prática do sistema de “conta aberta” ou “fee for service” (pagamento por serviço), é um dos maiores responsáveis pelo crescente custo do programa.

Segundo Arlindo Almeida, presidente da Abramge – Associação Brasileira de Planos de Saúde até 2015, há dois problemas sérios no segmento hospitalar: o alto desperdício e os valores cobrados para próteses e órteses, considerados excessivos. Essa cultura de ganhar dinheiro com o “mat med” – jargão da área da saúde para materiais e medicamentos – vem desde a época do Plano Cruzado, em 1986, quando houve congelamento de preços. Um ano após a medida, os materiais e medicamentos tiveram seus preços liberados, mas o mesmo não aconteceu com as diárias e outros procedimentos hospitalares.

No nosso PASBC, a simples constatação de que a faixa etária dos beneficiários irá crescer continuamente nos próximos anos (sem perspectivas de concursos para reposição de funcionários novos) já mostra o efeito explosivo deste custo.

Entretanto já existem exemplos de modelo de gestão que estão se mostrando vitoriosos ao abrirem espaço para uma gestão ativa e a negociação dos custos.

O CEO do Hospital Sírio-Libanês deu uma entrevista a Beth Koike, que a publicou no Valor Econômico. A instituição concilia o chamado atendimento primário com o antigo médico de família, que possui o histórico dos pacientes, reduzindo substancialmente os custos da saúde (27% no ano passado).

O Hospital criou um programa de gestão para controlar os custos do convênio médico de seus próprios funcionários, cerca de 12 mil pessoas. A premissa é que elas sejam atendidas inicialmente por um médico de família do próprio Sírio e, se for o caso, encaminhadas a um especialista ou laboratório para a realização de exames.

A prevenção, o controle do atendimento inicial e a constante atualização das informações médicas dos funcionários são a chave para a redução de custos. Isto pode ser melhorado ainda mais com o emprego de equipamentos atualizados que ajudam a realizar os diagnósticos com maior precisão, como já vem sendo feito no exterior.

Diante desta situação, o que o Banco Central está esperando para discutir um novo modelo de gestão para o PASBC?

No próximo apito, iremos falar sobre a situação operacional do nosso PASBC e as propostas que ainda se encontram “mofando” nas gavetas dos nossos gestores.

TODO APOIO AO GRUPO DO RIO E AOS NOSSOS REPRESENTANTES!
LUTE CONOSCO, PROCURE O SINAL!

15 h na Entrada do prédio da ADRJA

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