Edição 168 – 19/9/2017
Diretoria Colegiada do BCB tenta colocar panos quentes; pressão deve continuar
A Diretoria Colegiada do BCB divulgou nesta segunda-feira, 18 de setembro, comunicado aos servidores, numa tentativa de apaziguar os ânimos devido à recente pressão por conta da falta de apoio institucional à Emenda 51. No informativo, em que constam seis pontos de argumentação, a cúpula da Autarquia tergiversa sobre a atuação em relação ao pleito e reitera compromissos em questões pontuais pelas quais, em outras oportunidades, já hesitou, mesmo diante dos apelos da categoria.
Nem oito, nem oitenta
“Não se opôs a emenda 51 à Medida Provisória 784”, afirma a Administração em trecho do documento.
A falta de intervenção positiva patente, reforça afirmação do indicado a Diretor de Administração da Casa, Maurício Moura, em sabatina no Senado Federal, no último dia 29 de agosto. “Acho que fazem sentido as propostas da Emenda 51 e acho que eu não teria nada a dizer contrariamente a ela”, observou Moura durante a sessão.
Mesmo que o burburinho sobre uma possível contrariedade da Diretoria ao assunto não passe de um simples boato, os Especialistas esperavam mais de seus gestores do que uma mera “não oposição”.
Agenda de “valorização” funcional
Ao afirmar que “percebe” o alto padrão técnico de seus quadros, considera essencial sua valorização e manutenção em níveis à altura das demandas, a Diretoria, ao menos em discurso, reconhece a importância de seus servidores para o desenvolvimento nacional. Suposto reconhecimento deveria vir acompanhado de ações efetivas em prol daqueles que são responsáveis diretos por manter a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro, criando as condições propícias para a retomada do crescimento econômico do país.
Em relação à agenda positiva, o Colegiado “assume firme compromisso de se opor a novos desalinhamentos” frente a carreiras congêneres. É fundamental recordar que, meses após assumir a Presidência do BCB, Ilan Goldfajn firmou compromisso semelhante (relembre aqui) e, mesmo assim, as assimetrias se estabeleceram e se acentuam a cada dia. Na ocasião, Goldfajn garantiu movimento político assim que o Legislativo aprovasse projetos de lei, em trâmite à época, que versavam sobre remunerações de outras carreiras. Até o momento, nada foi feito em correção às distorções.
Diante da inércia e das negativas ao clamor dos funcionários, como acreditar agora em “ações para a valorização do quadro funcional e para a superação de desalinhamentos” por parte da Casa? O descrédito é ainda mais evidenciado face ao expresso compromisso da Diretoria com o “necessário esforço fiscal em curso no país”.
Exigimos respeito e, desta vez, o cumprimento das responsabilidades assumidas. Vamos juntos buscar a valorização que merecemos e necessitamos. É hora de intensificar a luta!