Edição 217 – 29/11/2017
Semana de luta: atividades marcam enfrentamento ao pacote de maldades do governo
Discutir o futuro dos serviços públicos no país e ampliar as ações de enfrentamento ao desmonte do setor. A agenda da categoria teve dois importantes eventos nesta semana, que marcaram a união de diversas carreiras em defesa da manutenção do atendimento às demandas da população brasileira.
De olho no porvir
A avaliação do cenário de ataques frente à necessidade crescente de políticas públicas de qualidade esteve em pauta na última segunda-feira, 27 de novembro, durante a audiência “Que Serviço Público Queremos”, realizada no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados. Além de lideranças sindicais, parlamentares marcaram presença à mesa.
Para conferir pontos de vista mais técnicos e fomentar os debates, trazendo experiências internacionais, a programação contou com palestras de especialistas das áreas política e econômica.
Daro Piffer, presidente em exercício, Rita Girão, diretora de QVT, Sérgio Belsito, diretor de Assuntos Jurídicos, e Márcio Araújo, diretor de Assuntos Previdenciários, representaram o Sinal na audiência.
Todos a Brasília
A terça-feira, 28, foi marcada por um grande ato unificado, em frente ao anexo II da Câmara dos Deputados. Milhares de pessoas, entre servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada, mostraram a disposição e o crescimento da luta contra o pacote fiscal do governo. Representantes de diferentes sedes regionais do BCB engrossaram a atividade na capital federal.
No centro da mobilização, medidas que afetam diretamente a população, como a reforma da Previdência, a reforma trabalhista e os ataques que o funcionalismo vem sofrendo em escalada nos últimos meses, a exemplo da MP805/2017, que adia reajustes e eleva a contribuição previdenciária das carreiras.
Durante o ato, a deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ) rechaçou o caráter cruel da PEC287/2016, em especial no caso dos servidores públicos, eleitos os bodes expiatórios de grande parte do ajuste em curso. “O governo impetra mais uma ofensa em perseguição à classe, que já tem a questão previdenciária resolvida”, observou, em referência à reforma promovida em 2003, que já limitou aposentadorias no setor ao teto do Regime Geral.
O deputado Ivan Valente (PSOL/SP) destacou a necessidade do prosseguimento das manifestações. “Somente conseguiremos vencer as maldades do governo mediante a força que vem das ruas”, afirmou.
Fruto da manifestação, que durou todo o dia, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), recebeu, no início da noite, lideranças do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) e do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), entidades das quais o Sinal faz parte, que conclamaram conjuntamente o ato público desta terça.
No encontro, Maia ouviu as reivindicações dos servidores e sinalizou que, em relação à MP805/17, entende necessário e relevante o cumprimento dos acordos firmados com a categoria. Sobre a reforma da Previdência, o presidente da Casa afirmou que deve analisar e anunciar, em breve, se haverá um calendário fixado para apreciação da matéria.
Os Fóruns se reunem novamente nos próximos dias, para encaminhar outras atividades unificadas e avaliar o chamamento à greve geral, convocada pelas centrais sindicais, prevista para a próxima terça-feira, 5 de dezembro.