Meirelles nega, mas já fala como candidato

    Em entrevista a rádio, ministro da Fazenda diz que próximo presidente deve manter reformas, aumentar produtividade e profissionalizar estatais

    Autor: Eduardo Rodrigues

    Apesar de afirmar que só vai tomar uma decisão sobre disputar a Presidência da República em março ou início de abril de 2018, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), adotou ontem um discurso de candidato e já comentou propostas para um futuro governo.

    “Em primeiro lugar, é importante manter a agenda de reformas modernizantes na economia. Em segundo lugar, é fundamental manter e aumentar a profissionalização das empresas estatais. Em terceiro lugar, estaria implementar as reformas microeconômicas voltadas para o aumento da produtividade”, afirmou o ministro, em entrevista à Rádio Band-News, após ser questionado sobre os três pontos que considerava que deveriam ser mantidos pelo próximo presidente. “Não acho que deve haver mudança de direção”, disse.

    Questionado se acredita que terá o apoio do governo Michel Temer na sua eventual candidatura, Meirelles respondeu que primeiro precisa tomar a decisão de concorrer ou não. “A partir daí vamos ver como se desenvolve, se terei apoio do governo”, disse Meirelles.

    Nos últimos dois dias, essa foi a terceira entrevista concedida por Meirelles a uma rádio. Anteontem, ao falar à Rádio Tupi, do Rio, ele disse acreditar que, como presidente da República, teria condições de colocar o Brasil nos trilhos. Ao ser questionado sobre o tema, respondeu: “Acredito que sim. Já na posição de ministro da Fazenda, conseguimos tirar o Brasil da maior recessão da história. O Brasil já voltou a crescer, portanto acredito que teremos condição de ampliar esse trabalho”, afirmou.

    Reforma. Ontem, o ministro também avaliou que a possibilidade de concorrer à Presidência não prej u di ca o ap oio à Reforma da Previdência da parte de partidos que desejam lançar candidatos. Durante a entrevista, Meirelles voltou a enfatizar a necessidade da aprovação da reforma previdenciária, cuja votação na Câmara dos Deputados foi adiada para fevereiro. “Precisamos aprovar a (:reforma da) Previdência e continuar a agenda fiscal para cumprirmos o teto de gastos nos próximos anos. As reformas diminuirão o risco fiscal e vão tirar esse componente da taxa de Juros”, afirmou.

    O ministro disse estar confiante na aprovação da reforma, porque, segundo ele, os números da Previdência são brutais. Ele lembrou que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já consome 55% do Orçamento, volume que pode subir para 80% daqui a dez anos.

    Fonte: O Estado de S. Paulo

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