Sistema bancário ‘paralelo’ atinge US$ 761,8 bi no país

    O sistema bancário paralelo (“shadow banking”) no Brasil alcançou US$ 761,8 bilhões e cresceu mais de 20% em 2016, numa das maiores altas entre as principais economias, segundo o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês).

    Globalmente, o crescimento do “shadow banking” – a parte do sistema financeiro que faz funções de bancos, como financiamentos, mas não tem as mesmas salvaguardas – foi de 7%, alcançando US$ 45,2 trilhões em 29 jurisdições. Isso representa 13% dos ativos totais do sistema financeiro. Esses valores são a medida conservadora (ou “conceito estrito”), que poderia trazer riscos à estabilidade financeira.

    O FSB chega a sua medida conservadora classificando os intermediários fora do sistema bancário em cinco funções econômicas, cada uma envolvendo riscos tipicamente bancários, como alavancagem, liquidez e transferência de risco de crédito.

    Em 8 das 29 jurisdições examinadas no levantamento, a atividade bancária não tradicional cresceu mais de 20% – Brasil, Argentina, China, Hong Kong, Indonésia, Cingapura, Turquia e Reino Unido. Conforme técnicos do FSB, a alta no Brasil pode refletir forte crescimento de veículos de investimentos – fundos de renda fixa e curto prazo, fundos hedge e imobiliário, por exemplo -, além do efeito das variações de inflação e Câmbio no período.

    Já pelo “conceito amplo”, ou “outros intermediários financeiros” (OFIs, na sigla em inglês), o sistema bancário paralelo no Brasil alcançou US$ 1,289 trilhão, alta nominal de 40% em relação a 2015. As OFIs incluem todas as instituições que não são Banco Central, bancos, seguradoras, fundos de pensão, Instituições Financeiraspúblicas ou auxiliares financeiros.

    Para o FSB, globalmente os financiamentos não bancários fornecem uma alternativa valiosa ao crédito bancário e ajudam a sustentar a atividade da economia real. Entretanto, a entidade alerta que a crescente dependência do sistema financeiro de intermediários não bancários em vários países pode potencialmente criar novas vulnerabilidades.

    No caso do Brasil, a avaliação é que, embora as companhias de seguro e fundos de pensão sejam altamente interligados com OFIs, e estes com bancos, há pouca interconexão indireta entre seguradoras ou fundos de pensão e bancos.

    Fonte: VALOR ECONÔMICO

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