UM CHOQUE DE REALIDADE!
O ano de 2020 será tragicamente lembrado pela epidemia do COVID-2019, mas também, assim como em 1929, pelo choque de realidade produzido nas diversas economias mundiais ao redor do globo.
Após a queda do Muro de Berlim, a globalização foi vendida como uma nova era para a humanidade.
A racionalidade econômica a nível global traria ganhos capazes de transformar a vida das pessoas do planeta em uma nova era de prosperidade.
Não à toa foi anunciado o “fim da história”.
O futuro da humanidade se daria por uma economia de mercado perfeita, levando junto a dispersão de democracias liberais pelo planeta.
O discurso neoliberal ganhou um novo impulso.
Os países só poderiam se alinhar com a nova ordem mundial ou serem relegados como párias na nova ordem.
O primeiro borrão da pintura (e que borrão!) se deu pelo fato de que na verdade o país que começou a construir uma nova era foi a China.
Sob o lema “um país, dois sistemas”, a China passou a atrair para o seu território as plantas industriais das principais marcas globais.
Com o passar dos anos, o fluxo chegou ao ponto de transformar completamente as cadeias de produção globais.
Todos compravam da China porque todos, em maior ou menor grau, também transferiram suas matrizes industriais para lá.
(Isto é, pelo menos aqueles que ainda as tinham; para os demais, como o Brasil, só restou o lacônico espetáculo de assistir a maior parte das suas indústrias e respectivos empregos sumirem na poeira da história).
Os políticos mais conservadores estranharam, mas logo foram convencidos que isto era bom, pois o sistema político chinês seria vencido de dentro para fora.
Como diria o personagem “Samuel Bronstein”, da Escolinha do professor Raimundo: “Melhor zero na nota do que prejuízo no bolso”.
Os anos 90 e o novo século viram uma classe média americana vivendo anos de euforia, com crédito barato e as intermináveis renegociações de hipotecas que proporcionavam dinheiro em “cash” regularmente na sua conta bancária.
A desregulação do sistema financeiro permitiu a consequente super alavancagem em títulos duvidosos disfarçados em massa nas operações com derivativos.
Eram a droga alucinatória do sistema financeiro internacional.
Foi uma “rave”.
A alucinação chegou ao FED de Alan Greenspan.
Em determinado momento ele chegou realmente a acreditar que o Banco Central americano conseguiria manter o crescimento da economia só com a sua pretensa sabedoria em manipular as taxas de juros para manter a festa.
Fez muitos admiradores, inclusive no Brasil.
Na Europa, a construção do Euro e o sonho de quebrar, ou pelo menos dividir, a hegemonia do dólar como moeda central do comércio internacional, embalavam a visão de um bloco cada vez mais unido em um sistema que congregaria bem-estar social com livre circulação de bens, capitais e pessoas.
Outro sonho dourado.
Ironicamente, o despertar amargo de ambos os sonhos se deram consecutivamente em 2008, com a crise das hipotecas “subprime” nos Estados Unidos, e em 2009, com a crise da dívida grega na Europa.
As respostas dos bancos centrais foram as reduções drásticas das taxas de juros e inundar os mercados com liquidez.
Até o FMI precisou fazer um “mea culpa” nos seus procedimentos.
Tudo para fazer o motor das suas economias não morrerem.
Não à toa, a figura dos BRIC’s, países em desenvolvimento com altas taxas de crescimento e de juros na ocasião, passaram a despontar como os mais novos queridinhos dos fluxos de investimento internacional.
Quem pode esquecer a capa do “The Economist” com o Cristo Redentor decolando!
Chegou a nossa vez de sonharmos.
Nossa festa não durou muito, na verdade durou apenas enquanto as altas taxas de crescimento chinês permitiram a alta das “commodities” que vendíamos para lá e as nossas taxas de juros ainda eram um oásis de rendimento fácil no mercado global.
No sistema financeiro internacional, só quem se diverte de verdade são os fluxos de capital internacional, que se movimentam na velocidade da internet.
Quando uma festa acabava logo começava outra em qualquer outra parte do planeta.
As classes trabalhadoras e a classe média da cada país é que ficava para pagar a conta.
O COVID-2019 lançou um desafio: como minorar os estragos da paralisia econômica com um Estado que permita um sistema de saúde mínimo para atender os doentes com esta síndrome respiratória?
Os investimentos internacionais estão fugindo de países como o Brasil como quem foge da peste negra.
São obrigados a comprar títulos americanos e europeus com taxas negativas.
Os economistas têm até um nome bonito para este fluxo: “Fly to Quality”.
Na verdade é uma festa muito desagradável para eles, é como se tivéssemos que ir a uma que só tivesse gente chata, guaraná Tobi e canapés de mortadela.
Nada como os regabofes dos países em desenvolvimento em que eram paparicados até dizer chega.
A maioria dos países “desqualificados” está atualmente na fila para comprar respiradores chineses.
Muitos, como o Brasil, não receberão, pelo menos não em tempo hábil.
Nosso cartão de crédito político não é Golden ou Platinum.
O discurso neoliberal acabou e está sendo enterrado na frente dos nossos olhos.
O projeto de Paulo Guedes já estourou como uma bolha de sabão exposta ao sol.
Cabe, com urgência, definirmos um projeto social para o país real.
Um que seja verdadeiramente inclusivo, um que crie um Estado social de verdade, em que todos os brasileiros se sintam protegidos, mas também solidários em participar de direitos e deveres com as demais pessoas.
Não há outro caminho.
Não de verdade.
O resto é delírio.
CAMPANHA SINAL-RJ DE COMBATE AO CORONAVÍRUS FIQUE EM CASA! O coronavírus e a economia – Quais as nossas opções?
Há realmente um dilema entre salvar vidas ou salvar a economia? Neste vídeo, são apresentados três cenários possíveis com as opções que temos para enfrentar a crise:
Proteja-se contra o coronavírus: Delivery é melhor opção que a ida às ruas, mas especialistas recomendam atenção com fornecedores e higienização dos produtos que vêm de fora. Dicas para se proteger ao receber encomendas ou serviços de colaboradores: Busque empresas legalmente registradas, que você já conhece e com boas referências no mercado. Se o restaurante ou prestador de serviços está divulgando boas práticas neste momento, bom sinal. Leia a matéria completa no Jornal O Globo.
Mudanças no atendimento presencial do Depes (Ambulatório, Direto ao Ponto e PASBC) |
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