Avisos de catástrofe – A PEC do desmonte do serviço público – 1
“Então, a ideia não é que o Estado desapareça, o serviço público desapareça. Ele vai deixar de existir onde ele puder dar lucro financeiro, lucro econômico. Agora, onde for necessário mantê-lo onde não há interesse da iniciativa privada explorar, ele vai dar lucro político.
E aí nós temos, por exemplo, grosso modo, área da saúde, nós vamos ter SAMU, atendimento primário, atendimento básico, até média complexidade, não devem ser privatizados diretamente. Vai ser entregue aos amigos dos governantes de plantão, através de organizações sociais e entidades filantrópicas e tudo mais. Agora, onde nós tivermos internações, tratamentos mais complexos e cirurgias, isso será totalmente privatizado. (…)
(…) Na verdade, “a quem interessa?”, eu costumo dizer o seguinte: interessa à elite, ou, como dizem algumas pessoas, “às elites”, no plural. Por que “às elites”, no plural? Porque nós temos o sistema financeiro e o grande empresariado formando um bloco neoliberal que, neste caso, foi coordenado pelo Instituto Millenium com o apoio de diversas outras instituições de formação neoliberal; do outro lado, pessoal mais modelo antigo, mais patrimonialista, aquela turma que herdou a cabeça da década de 20, década de 30, do século passado. (…)
(…) Nós temos como fazer pressão? Sim! Temos como impedir que essa PEC avance? Sim! A nossa divulgação dos percentuais, desmentindo o relator lá na CCJ, Darci de Matos, que disse que tinha mais de 300 votos na Câmara favoráveis à Reforma, e nós mostramos que não. E lembramos que nós temos como fazer pressão sim, nos juntando com a iniciativa privada. Porque eu digo o seguinte: eu, servidor, vou perder o meu emprego, mas o usuário vai perder o serviço. Nós não podemos deixar isso acontecer!” (…)
Trechos da fala de Vladimir Nepomuceno, que podem ser visualizados no vídeo abaixo.
Para assistir na íntegra ao webinário, assista o vídeo a seguir.
Porto Alegre, 02 de junho de 2021.
Conselho Regional do Sinal/RS